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22 out, 2024 - 06:00 • Anabela Góis
Iniciativa permitiu poupar 29 milhões ao SNS em sete anos. Cartão atribuído a famílias, cujo rendimento não ultrapassa os 360 euros per capita, pode ser usado nas farmácias aderentes para pagar a parcela do preço que não é comparticipada pelo Estado.
Em sete anos de vida o “Programa abem”, da Associação Dignitude, ajudou mais de 35 mil pessoas carenciadas a comprar medicamentos, num valor próximo de 10 milhões de euros.
“Entre maio de 2016 e dezembro de 2023, tínhamos chegado a mais de 35 mil beneficiários abem, tínhamos investido mais de 9,7 milhões de euros na co-comparticipação de 2,6 milhões de embalagens para as mais de 20 mil famílias que faziam parte do nosso programa. Destes beneficiários, 57% eram do género feminino e 33% maiores de 65 anos. 11% até os 17 anos e depois 56% entre os 18 e os 64 anos", diz à Renascença a diretora-executiva da Associação Dignitude, Maria João Toscano.
O programa passa pela atribuição de um cartão a famílias, cujo rendimento não ultrapassa os 360 euros per capita, que pode ser usado nas farmácias aderentes para pagar a parcela do preço que não é comparticipada pelo Estado.
De acordo com Maria João Toscano, o “Programa abem” permitiu uma poupança de 29 milhões de euros ao SNS em episódios de urgência e internamentos evitados.
Se tivesse chegado a todos os que não conseguem pagar medicamentos, essa poupança seria multiplicada.
“Se nós extrapolarmos para as 920 mil pessoas que não têm acesso regularmente ao medicamento, porque não têm dinheiro para comprar, com o investimento de 142 milhões, teríamos uma poupança de 772 milhões de euros, o que é significativo”, sublinha Maria João Toscano.
Nestas declarações à Renascença, a responsável estima que, por cada milhão de euros investidos no acesso a medicamentos através do programa, “temos uma poupança em 5,4 milhões de euros evitados em urgências e internamentos hospitalares".
Os resultados da avaliação de impacto social do “Programa abem” serão apresentados esta terça-feira, em Lisboa.
Em Portugal, uma em cada 10 pessoas não compra todos os medicamentos de que necessita por falta de dinheiro. As famílias têm acesso ao cartão do “Programa abem” por IPSS, Cáritas, Misericórdias, câmaras e juntas de freguesia.
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