"Propaganda supremacista odiosa": Youtube suspende conta de grupo de Mário Machado e associa-o a tumultos em todo o mundo

1 mes atrás 51

Decisão foi tomada após o jornal New York Times publicar um artigo sobre o discurso de ódio do grupo 1143.

Sara Reis Teixeira e Miguel Bravo Morais 19:46

O Youtube suspendeu a conta do grupo ultranacionalista 1143, liderado por Mário Machado, por considerar que os vídeos estão a promover o discurso de ódio. A decisão foi tomada depois de o jornal The New York Times ter publicado um artigo no qual fazia uma correlação entre as ideias que o grupo de extrema-direita defende e os tumultos que se têm registado em várias partes do mundo.  

"As nossas políticas proíbem estritamente o conteúdo que glorifique a propaganda supremacista odiosa, incluindo símbolos de ódio, e encerrámos um canal que o NYT referiu", disse um porta-voz do YouTube à Reuters.

Recorde-se que o grupo 1143 chegou a promover em fevereiro deste ano uma "campanha contra a islamização da Europa" e a realizar algumas manifestações contra a imigração no País. O ponto de encontro dos protestos em Lisboa era o Martim Moniz, uma zona da capital conhecida por acolher muitos imigrantes. A Câmara de Lisboa proibiu os protestos, mas mesmo assim membros do grupo decidiram manifestar-se.  

O artigo do NYT abordou a forma como o discurso de ódio se tem multiplicado nas redes sociais e como essa situação gera mais violência. Em Southport, no Reino Unido, a morte de três crianças, uma das quais portuguesa, levou a um ciclo de motins. A responsabilidade foi imediatamente atribuída à comunidade islâmica. Nestes protestos, foram vandalizadas mesquitas, agredidos agentes da polícia e efetuadas centenas de detenções. 

O jornal norte-americano relembrou ainda um caso que marcou Portugal este ano, quando um grupo de homens espancou imigrantes marroquinos e argelinos na cidade do Porto. Chegaram a ser utilizados paus, canos e martelos nas agressões. A situação foi amplamente divulgada nas redes sociais e, inicialmente, o grupo 1143 foi associado a ela. Mário Machado negou o envolvimento da organização.

O grupo ultranacionalista também utiliza outras redes sociais, como o Telegram, para expor ideais racistas e xenófobos. 

Saiba Mais Alertas

Ver comentários

Ler artigo completo