Protesto em Telavive. Manifestantes israelitas exigem acordo de libertação de reféns

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Abir Sultan - EPA

Depois de, na segunda-feira, as autoridades israelitas terem confirmado as mortes de mais quatro reféns do Hamas, incluindo três idosos, vários manifestantes juntaram-se em frente à sede das Forças de Defesa de Israel em Telavive. Os israelitas exigem, neste protesto antigovernamental, um acordo imediato para a libertação dos restantes reféns.

Nas redes sociais circulam imagens de centenas de pessoas em protesto e a bloquear a Via Rápida de Ayalon, acendendo uma fogueira no meio da estrada, na segunda-feira à noite. Várias dezenas de pessoas saíram à rua para se manifestar em todo o país e exigindo um acordo de libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas, de acordo com o Movimento Pró-Democracia Antigovernamental.

Juntando-se aos protestos, a mãe de um refém israelita disse, na manifestação em Telavive, que a confirmação das quatro mortes são “provas inequívocas” de que “estes são os resultados da pressão militar”.

Nós recuperamos [os reféns] mortos”.

לאחר ההודעה על מות החטופים יורם מצגר, חיים פרי, עמירם קופר ונדב פופלוול, המונים מפגינים בדרך בגין בתל אביב וחוסמים את הכביש. עינב צנגאוקר, אמא של מתן: ״הערב קיבלנו הוכחה חד משמעית לתוצאה של הלחץ הצבאי - אנחנו מקבלים אותם מתים!״ pic.twitter.com/4WFv87gYBp

— almog boker (@bokeralmog) June 3, 2024

Outro familiar de um refém do Hamas, citado pelo Times of Israel, apelou para que os manifestantes saíssem às ruas em protesto.

“O Governo continua a abandonar os reféns, que estão a ser assassinados em cativeiro. O sangue está nas mãos do [primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu e do Governo. Já existem centenas de pessoas na rua. Vão para as ruas. Estas vidas devem ser salvas”.

Os protestos mantiveram-se até às primeiras horas de terça-feira, tendo sido multados pela polícia israelita cerca de uma dezena de manifestantes. Segundo um movimento de vigilância da violência policial, dois ativistas que estavam nas manifestações contestaram as multas e acabaram por ser “violentamente” detidos.
"Não nos deixem envelhecer aqui"

As autoridades militares israelitas confirmaram a morte de mais quatro reféns do Hamas, incluindo três homens idosos que tinham sido vistos num vídeo do grupo islamita palestiniano a implorar pela sua libertação. Amiram Cooper, Yoram Metzger e Haim Peri tinham todos acima de 80 anos, parecendo fracos e preocupados num vídeo divulgado em dezembro pelo Hamas sob o título “Não nos deixem envelhecer aqui”, no qual diziam ter doenças crónicas e acusando Israel de os ter abandonado.

O quarto refém foi identificado como Nadav Popplewell, um cidadão israelo-britânico de 51 anos, cuja morte foi confirmada pelas autoridades israelitas e pelo kibutz Nirim, onde residia. Horas antes de anunciar a sua morte, em maio, as Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, divulgaram um vídeo no qual parecia comunicativo, embora tivesse um grande hematoma no olho direito. Poppelewell foi sequestrado em casa durante os ataques do Hamas no sul de Israel a 7 de outubro com a mãe, Channah Peri, de 79 anos, que foi libertada durante a trégua de uma semana alcançada em novembro. Também o irmão Roi morreu durante os ataques do Hamas, segundo a imprensa israelita.

O porta-voz das IDF adiantou, em conferência de imprensa, que não foi possível confirmar as circunstâncias da morte dos quatro reféns israelitas, mas que iam ser apuradas. Daniel Hagari disse ainda que os quatro homens morreram juntos na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, durante operações israelitas na região.

“Estamos a verificar todas as opções
”, disse Hagari, acrescentando que “há muitas perguntas”.
"Desgosto"

Após a confirmação das mortes dos reféns, o Fórum das Famílias de Reféns emitiu uma declaração expressando o “desgosto” com a notícia, que disse que deveria “abalar todos os cidadãos do Estado de Israel e suscitar um profundo exame de consciência em todos os líderes”.

“Haim, Yoram, Amiram e Nadav foram sequestrados vivos, alguns deles estavam com outros reféns que foram libertados no acordo anterior, e deveriam ter voltado vivos para casa, para o seu país e as suas famílias”, lê-se no comunicado, onde apelam ao governo de Israel para aceitar imediatamente um acordo de libertação dos restantes reféns.

Estas mortes somam-se à crescente lista de reféns que, de acordo com dados de Telavive, morreram em cativeiro. No dia 7 de outubro, o Hamas levou cerca de 250 reféns para a Faixa de Gaza e perto de metade foram libertados durante o breve cessar-fogo em novembro. Dos cerca de 130 reféns restantes, acredita-se que 85 ainda estejam vivos.

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