Próximos dias "serão decisivos". IL remete responsabilidades para AD

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Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita à Futurália, em Lisboa, e questionado se o partido fará ou não parte de um futuro executivo, Rui Rocha defendeu que a IL foi "muito transparente" nos debates, na campanha eleitoral e agora, tendo apresentado ao PSD "dez desafios para mudar Portugal", em matérias como impostos, saúde ou sistema político.

"Está do lado da coligação, de quem ganhou as eleições, saber se quer negociar com base nesses desafios para mudar o país ou se não tem disponibilidade, seja lá por que motivo for, para isso", desafiou.

O líder da IL considerou que o partido tem "excelentes quadros, teria - ou terá se for o caso - excelentes governantes, terá excelentes deputados no parlamento", salientando que quer discutir ideias e não cargos.

Questionado sobre eventuais encontros com o primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, Rui Rocha não quis falar dessas questões em público.

"Quem tem responsabilidades, tem recato. É o que tenho visto também no primeiro-ministro indigitado, está a conduzir as coisas com recato, da parte da IL haverá sempre recato", disse.

Ainda assim, admitiu que "os próximos dias serão obviamente decisivos", até porque Luís Montenegro prometeu apresentar a composição do XXIV Governo ao Presidente da República na próxima quinta-feira.

"Cabe ao primeiro-ministro indigitado e à coligação que ganhou as eleições dizer qual é o país que quer: se é para mudar nós diremos presente, se houver outras prioridades faremos o nosso trabalho no parlamento com entusiasmo", assegurou.

Rui Rocha deixou ainda o compromisso de que a IL não será "nunca oposição ao país", mas terá "uma posição firme pela mudança do país".

Sobre o Conselho Nacional que a IL terá no domingo, e ao qual foi acrescentado um ponto na ordem de trabalhos sobre cenários governativos, Rui Rocha escusou-se igualmente a adiantar que proposta levará aos conselheiros.

"Tenho visto outros partidos que falam muito sobre estas matérias, que pedem lugares de Governo, anunciam moções de censura absolutamente extemporâneas", criticou, dizendo que o recato vale quer para eventuais discussões com a AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM), quer para questões internas.

"Sempre dissemos que queríamos mudar o país, só estamos disponíveis para algum tipo de entendimento se for mesmo para mudar o país", reiterou.

Na semana passada, à saída da audiência com o Presidente da República, o líder da IL, Rui Rocha, tinha dito que "o mais natural", face aos resultados eleitorais, seria ficar de fora de um Governo da AD e negociar "caso a caso" no parlamento, mas mostrou-se disponível para ouvir se o partido vencedor defender uma "solução mais estrutural".

Este fim de semana, no comentário habitual da SIC, Luís Marques Mendes disse que ainda estava "em aberto se será um governo da AD ou um governo da AD e da IL".

"É muito possível que as duas formações façam um acordo global, que inclua governo e eleições europeias. Se tal acontecer, a IL deverá ter dois ministros e o CDS um. Os demais, serão do PSD. Se a IL não entrar no governo, haverá um ministro do CDS e os demais indicados pelo PSD", referiu então.

Também Luís Montenegro se tem escusado a clarificar esta matéria, embora, à saída de Belém, tenha dito que esperava formar Governo com base na maioria "constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP".

No entanto, questionado diretamente se excluía a IL de um futuro Governo, remeteu esses esclarecimentos para mais tarde.

"Todas as questões que tiverem a ver com o exercício da atividade do governo serão tomadas quando houver governo, comunicadas e explicadas quando houver governo", disse.

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