PS admite viabilizar Governo da AD? "É um atestado de oportunismo"

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A antiga presidente do Partido Social-Democrata (PSD) Manuela Ferreira Leite disse, esta sexta-feira, que a admissão por parte do secretário-geral do Partido Socialista (PS) de viabilizar um Governo minoritário da Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS-PP e Partido Popular Monárquico (PPM), "é um atestado de oportunidade e de oportunismo".

"Para uma pessoa que anuncia convicções e que diz que não faz jogos de poder, [...] não parece que seja um atestado de convicção", disse, na CNN Portugal, sobre as declarações de Pedro Nuno Santos no debate entre todas as forças políticas com assento parlamentar, também nesta sexta-feira.

Para Ferreira Leite, "aquilo que [Pedro Nuno Santos] está a pretender alcançar é retirar a hipótese do voto útil em relação ao Chega". "Mais uma vez está a fazer o jogo do Chega, como sempre tem feito ao longo deste tempo todo, de empolar o Chega para reduzir o PSD", considerou.

Em concreto, a antiga dirigente social-democrata explicou a teoria: "Se as pessoas soubessem que a AD, se não pudesse governar, teria que passar para outro porque já disse que não se coliga com o Chega, provavelmente muitas, se acham que votar no PSD pode significar um apoio ao Governo socialista, isso leva-as a não desperdiçarem o seu voto e dá-lo ao Chega".

Se Pedro Nuno Santos - que "tem as suas convicções verdadeiramente abaladas" - chegar, mesmo, a viabilizar um Governo minoritário da AD, isso "significa que não o está a fazer por convicção, está a fazê-lo por oportunismo", reiterou Ferreira Leite, augurando que tal "levará muitas das pessoas que votaram na AD a arrepender-se". "Acho muito bem que sobre este ponto não haja nenhuma tomada de decisão, porque só faz retirar voto útil na AD", retorquiu.

Para a antiga presidente do PSD, por outro lado, está-se a "perder" o tempo de campanha e de discussão das propostas "numa discussão mais ou menos teórica, que não conduz a grandes esclarecimentos" sobre eventuais coligações pós-eleitorais, que é "algo que ainda não aconteceu, que pode vir a acontecer, que é um cenário, que vai depender muito da posição do Presidente da República".

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