PSP preparada para vários cenários na manifestação de sábado da extrema-direita

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A PSP adiantou hoje estar "a planear uma operação policial que possa ser adaptada aos diferentes cenários possíveis" para a manifestação de sábado em Lisboa promovida pela extrema-direita, cuja proibição da autarquia os promotores impugnaram, aguardando decisão judicial.

Em comunicado hoje divulgado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) lembra que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) não autorizou a manifestação organizada pelo `Grupo 1143`, um movimento de extrema-direita que tem como porta-voz o militante neonazi Mário Machado, tendo a autarquia tomado a decisão na sequência da análise de risco da PSP, que entendeu não estarem reunidas condições de segurança para a realização do evento na zona da Mouraria.

"Com base no nosso parecer, a CML decidiu não autorizar a realização da manifestação nos termos propostos pelo promotor que, não concordando com esta decisão, interpôs uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo. A CML e a PSP encontram-se a aguardar pela competente decisão judicial, estando neste momento a planear uma operação policial que possa ser adaptada aos diferentes cenários possíveis", refere a PSP em comunicado.

A PSP refere também que "continua a recolher informação e a acompanhar os desenvolvimentos referentes à iniciativa agendada para dia 03 de fevereiro, nomeadamente através de fontes abertas", para "avaliar os potenciais riscos associados à iniciativa e planear a operação policial mais adequada às necessidades".

Os promotores do protesto "Contra a islamização da Europa" pedem à justiça a proteção do seu direito de manifestação, depois de a autarquia de Lisboa ter proibido a iniciativa, segundo a ação a que a Lusa teve acesso.

O militante de extrema-direita Mário Machado apresentou uma "intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias" junto do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, exigindo a revogação da proibição da Câmara de Lisboa de uma manifestação para 03 de fevereiro, na zona da Mouraria.

Na ação, são citadas notícias dos `media` com opiniões de constitucionalistas, referindo que a lei garante a liberdade de reunião e a proibição da manifestação "seria uma violação de outra liberdade, a de expressão".

Mário Machado acusa a CML de permitir contramanifestações, referindo-se a ativistas antirracismo que anunciaram uma contramanifestação, entretanto transformada num arraial multicultural para o Largo do Intendente.

O arraial tem início às 16:00 no Largo do Intendente, duas horas antes da ação de protesto promovida pela extrema-direita, que contestam a entrada de imigrantes em Portugal, particularmente de culturas e religiões muito diferentes.

Perante a proibição da manifestação, o `Grupo 1143`, anunciou, numa declaração nas plataformas da organização, uma "ação de protesto" com as mesmas motivações para 03 de fevereiro, às 18:00, em Lisboa, mas sem anúncio do local.

A CML decidiu na quarta-feira, por unanimidade, reafirmar o compromisso da cidade "com a tolerância, a igualdade, a interculturalidade, a luta contra o racismo e a xenofobia", saudando a não autorização da manifestação "Contra a Islamização da Europa".

Em reunião pública, os vereadores do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) propuseram um voto de saudação, intitulado "Lisboa, cidade sem muros nem ameias", que foi subscrito pelo Bloco de Esquerda (BE) e pelo Livre.

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