Quais as principais tendências do crédito habitação no próximo ano? UCI responde

9 meses atrás 75

“A Euribor registou a sua primeira descida em novembro e perspetiva-se que poderá chegar aos 3% antes do verão, desde que não haja acontecimentos disruptivos que impactem as economias de forma negativa. A atuação dos Bancos Centrais para trazer de volta a inflação a níveis sustentáveis surtiu efeito e, aos poucos, poderemos assistir a um certo regresso à normalidade”, sublinha a instituição. 

A esperada descida das taxas de juro é, segundo a UCI, instituição financeira especialista na concessão de Crédito à Habitação, uma das tendências que irão marcar 2024, numa altura em que a habitação é um tema incontornável no debate público.

“A Euribor registou a sua primeira descida em novembro e perspetiva-se que poderá chegar aos 3% antes do verão, desde que não haja acontecimentos disruptivos que impactem as economias de forma negativa. A atuação dos Bancos Centrais para trazer de volta a inflação a níveis sustentáveis surtiu efeito e, aos poucos, poderemos assistir a um certo regresso à normalidade”, sublinha a instituição numa nota na qual lista quatro tendências para o próximo ano-

A UCI sublinha o “impacto positivo que esta tendência terá na confiança dos diferentes agentes económicos”. “A subida constante e acentuada das Euribor desde o verão de 2022 fez com que muitos adiassem os seus projetos de investimento”, acrescenta em nota de imprensa.

Recorda a entidade que a habitação manter-se-á no “centro da agenda mediática e política”, sobretudo em vésperas da ida das urnas, em março do ano que se avizinha. “Com eleições à porta, a habitação promete ser um dos temas quentes da campanha eleitoral e o que acontecer a 10 de março determinará em grande parte como será o restante ano para o mercado imobiliário, dependendo das respostas que o novo governo encontrará para as grandes questões do momento”.

“Como apoiar financeiramente os segmentos da população mais frágeis no acesso à habitação? Que política fiscal adotar no âmbito da habitação? Como apostar na renovação do parque habitacional em termos de eficiência energética? Como manter a atratividade do nosso país para o investimento estrangeiro? E como garantir que os jovens possam ter acesso a habitação para poderem começar as suas vidas?”, são algumas das questões levantadas pela UCI no mesmo boletim.

Em terceiro, a instituição financeira sublinha que os “Estrangeiros continuam a ser um segmento importante”, camada responsável, no primeiro semestre, por 24% dos imóveis transacionados e por 29% do montante das transações.

“Focando dados disponibilizados recentemente pelo Confidencial Imobiliário percebemos que na Área de Reabilitação Urbana de Lisboa, um dos grandes polos do negócio imobiliário em Portugal, os estrangeiros foram responsáveis, no primeiro semestre de 2023, por 24% dos imóveis transacionados e por 29% do montante das transações, o que demonstra bem a importância do investimento estrangeiro para o sector imobiliário em Portugal”. Contudo, comparando com o ano anterior, verificou-se uma quebra 18% e 19% no número de imóveis comprados e no valor das transações, pela mesma ordem.

“Não se espera que esta realidade tenha mudanças significativas em 2024, continuando os estrangeiros a ser um segmento essencial no investimento em imobiliário residencial em Portugal, mas com tanta coisa por decidir com as eleições para a Assembleia da República e sendo a instabilidade inimiga do investimento, este é um indicador que é preciso acompanhar de perto”, analisa.

Por fim, a UCI integra na lista das quatro tendências a “Renovação de casas usadas”. Mencionando números do INE, a entidade recorda que “os custos de construção de casas em outubro aumentaram 1,5% em termos homólogos, tendo o preço dos materiais diminuído 2,3% e o custo de mão de obra crescido 6,9%”. Assim, “apesar de haver alguns sinais de desaceleração do aumento dos preços de construção, a tendência continua para ser de crescimento, o que terá um impacto no preço dos imóveis em estado novo. O que aliado à morosidade da construção permite facilmente concluir que o número de casas novas continuará a ser insuficiente, e as que existirem terão preços proibitivos para a maioria das carteiras.

“A aquisição de casas usadas é por isso uma inevitabilidade para a maioria dos compradores. Não tem, no entanto, de ser uma opção menos boa, porque aliando a aquisição à realização de obras podem ter soluções de crédito habitação vantajosas, e que permitam com menos recursos ter uma casa que responda às suas necessidades”, finaliza a UCI.

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