Quando apostar na educação é um ato de amor próprio

9 meses atrás 94

A disrupção é o fenómeno mais comum a todas as indústrias na atualidade. As diferentes áreas de atividade económica desenvolvem-se acompanhando a evolução tecnológica que testemunhamos, o que provoca um constante oscilar entre o desvanecer e surgir de tendências no mundo do trabalho.

Este ritmo frenético do mercado e da sociedade não nos permite, por vezes, parar e pensar nos nossos objetivos pessoais e profissionais, que estão intrinsecamente conectados com a valorização e utilização que damos às nossas capacidades.

Uma consequência deste facto é a importância que práticas como a requalificação e especialização (reskilling e upskilling) têm ganho nos últimos tempos para a carreira das pessoas. De acordo com o World Economic Forum, mais de mil milhões de profissionais terão de ser requalificados até 2030 para acompanhar as novas funções e competências exigidas pela evolução do mercado.

O reskilling passou, assim, a ser uma ferramenta para retirar as pessoas de situações de desemprego ou carreiras sem futuro, contribuindo para reaproveitar as suas capacidades e reinventar a sua valorização no mundo do trabalho.

Tomar a decisão de passar por um processo de requalificação começa por ser um ato de autorreflexão, através do qual surge a coragem de mergulhar no desconhecido de uma área profissional diferente. Este pode ser um passo difícil de dar, sendo que situações de mudança com esta dimensão podem trazer sentimentos de insegurança e desconforto. O reskilling exige uma mentalidade sólida que nos permite abraçar desafios, mas que também nos proporciona, transversalmente, uma sensação de empoderamento.

Redirecionar as nossas capacidades para outras áreas de conhecimento não só nos traz mais competitividade e poder de escolha nas oportunidades profissionais que pretendemos perseguir, como também acaba por acrescentar valor a funções e cargos que possam beneficiar de metodologias e perspetivas provenientes de ocupações não diretamente relacionadas.

Este será o caso da área da programação, que é frequentemente enriquecida com a experiência de profissionais requalificados das mais diversas áreas, da jardinagem à hotelaria, que depois pode ser transformada, por exemplo, em projetos de software personalizados para estas atividades de forma mais adequada.

Por sua vez, a especialização ou upskilling assenta, igualmente, numa atitude proativa de pessoas que, já estando inseridas no mercado, autoavaliam as suas competências, e desejam atualizar-se com as capacidades que são procuradas no mercado tecnológico.

Profissionais que estão estabelecidos na mesma empresa durante muitos anos podem facilmente entrar numa fase de estagnação da sua carreira, que depois acaba por se traduzir em falta de competitividade num mundo do trabalho que está em constante mudança. Evitar esta situação também requer ir além do que já sabemos e ingressar num processo de aprendizagem contínua que alimente e destaque o nosso valor perante o mercado.

Investir na nossa educação, ao ingressar em iniciativas de requalificação ou especialização, dá-nos o poder de encaminhar o nosso futuro, alinhando as nossas capacidades com as oportunidades profissionais que fazem sentido para os objetivos e interesses que pretendemos alcançar. Este também acaba por ser um investimento de foro pessoal, que nos traz mais confiança e resiliência, e, adicionalmente, um sentimento de pertença a uma comunidade de outros profissionais que possam estar a passar pelas mesmas experiências.

Dar o primeiro passo nesta jornada significa, então, que nos estamos a colocar em primeiro lugar para conquistar o que desejamos e nos traz felicidade, sendo que muitas são as vezes que nos esquecemos de o fazer.

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