Quatro portuguesas recebem hoje Medalhas de Honra das Mulheres da Ciência

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As Medalhas de Honra das Mulheres da Ciência, que são esta quarta-feira entregues, em Lisboa, distinguiram quatro investigadoras, por estudos sobre a apneia do sono, doença de Parkinson, doenças parasitárias e epitélios. 

A distinção, que na prática é uma bolsa de investigação, foi atribuída a Laetitia Gaspar, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, Cláudia Deus, do Inst. Multidisciplinar de Envelhecimento da Universidade de Coimbra, Sara Silva Pereira, do Centro de Investigação Biomédica da Universidade Católica Portuguesa, e Mariana Osswald, do Inst. de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto.

Laetitia Gaspar, de 31 anos, está a dar continuidade a investigações anteriores, que têm indicado haver uma relação entre a síndrome da apneia obstrutiva do sono, o processo de envelhecimento e o desencadear de várias doenças – como a hipertensão, as doenças cardiovasculares, a diabetes e a depressão, entre outras – observadas quando esta perturbação do sono não é tratada.

Por sua vez, Cláudia Deus, de 37 anos, estuda a doença de Parkinson e pretende responder à seguinte questão: "Será possível ativar o gene Nrf2, cuja função está diminuída em doentes com Parkinson, usando vesículas nanométricas libertadas pelas nossas células e modificadas com RNA mensageiro sintético que codifica para este gene?". 

Sara Silva Pereira, de 30 anos, propõe-se desenvolver modelos tridimensionais de vários órgãos e tecidos de diferentes espécies animais - como o cérebro, o coração ou o tecido adiposo - que imitem os ambientes microscópicos dos tecidos reais, de forma controlada, para poder estudar detalhadamente várias doenças parasitárias que afetam humanos e animais. 

Mariana Osswald, de 35 anos, estuda como é que os epitélios respondem às forças mecânicas a que estão sujeitos, preservando a sua forma e funções, as quais se encontram alteradas em inúmeras doenças. Embora o termo epitélio seja pouco conhecido, dá nome a um dos tipos de tecidos estruturais do nosso organismo, que revestem a superfície dos vários órgãos humanos - e animais em geral –, incluindo a pele e os órgãos internos dos vários sistemas do corpo, desde o digestivo ao respiratório. 

Cada uma das cientistas vai receber 15 mil euros. As Medalhas de Honra das Mulheres da Ciência, que vão na 20.ª edição, são promovidas pela L'Oréal Portugal, em conjunto com a Comissão Nacional da UNESCO (CNU) e com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). 

As quatro premiadas, já doutoradas, foram selecionadas de entre várias dezenas de candidatas pela relevância dos seus projetos apresentados em 2023. A seleção coube a um júri científico presidido por Alexandre Quintanilha, Professor catedrático jubilado e investigador na área da Física.

As Medalhas de Honra das Mulheres da Ciência destinam-se a doutoradas de até 35 anos (mais um ano por cada filho), que realizam investigação em Portugal nas áreas das Ciências, Engenharias e Tecnologias para a Saúde ou para o Ambiente. 

Desde que foi lançada em 2004, a iniciativa apoiou 69 investigadoras.

A distinção é entregue hoje às quatro premiadas.

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