Queda do BES: “Portugal não está preparado para defender investidores não qualificados que tenham perdas”, lamenta ABESD

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Estes investidores colocaram um processo crime e esperam ser ressarcidos no valor de 330 milhões de euros. “Perderam as suas poupanças em produtos financeiros do grupo, tendo sido vítimas de venda fraudulenta nos balcões do BES nas sucursais nacionais e externas como Venezuela, África Sul, Suíça, França, entre outros”, recorda associação.

A queda do BES/GES aconteceu há dez anos mas a Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD) considera que, apesar da resolução do banco que era liderado por Ricardo Salgado, Portugal ainda está longe de estar preparado para este tipo de situações, nomeadamente no que diz respeito à defesa dos investidores não qualificados.

“Portugal não está preparado para defender os investidores não qualificados que tenham perdas financeiras, por responsabilidade dos intermediários financeiros. Mas reacendemos a expectativa com o julgamento finalmente à vista que, esperamos, não sofrer mais nenhum tipo de adiamento”, começa por referir Francisco Carvalho, presidente da ABESD, em comunicado.

Esta associação sem fins lucrativos conta com 110 associados e são clientes não qualificados – incluindo emigrantes – do universo bancário do grupo Espírito Santo que, de acordo com a associação, “perderam as suas poupanças em produtos financeiros do grupo, tendo sido vítimas de venda fraudulenta nos balcões do BES nas sucursais nacionais e externas como Venezuela, África Sul, Suíça, França, entre outros”.

Este responsável considera que existe uma “uma incompreensível falta de equidade e prova que Portugal não está preparado para defender os investidores não qualificados que tenham perdas financeiras, por responsabilidade dos intermediários financeiros” e que estes investidores “continuam em esquecimento, não se compreendendo esta falta de equidade”.

Destaca a ABESD que “as 1994 vítimas que conseguiram assegurar, na sua esmagadora maioria, este estatuto (o de vítima de criminalidade financeira, aguardam pela justiça em julgamento, finalmente marcado para o dia 15 de outubro”. A ABESD estima que “as poupanças de vida de investidores não qualificados somem cerca de 240 milhões de euros, que até hoje não lhes foram restituídos, em um único cêntimo. No Processo Crime, este conjunto de vítimas reclama por 330 milhões, valor que inclui danos morais”.

Após a reunião com o Executivo, no passado dia 3 de julho, a Associação de Defesa de Clientes Bancários coloca esperança que o atual Governo possa olhar para o problema de uma forma diferente daquela que o anterior Executivo fez, de acordo com avaliação da ABES: “A reunião do dia 3 de julho também nos faz acreditar que não usarão a técnica dos governos de António Costa que, entre dezenas de reuniões, sem qualquer concretização, foi empurrando com a barriga a redução de perdas destas famílias e pequenos investidores, em contraponto para os do Papel Comercial que recuperaram 50 a 75% das suas poupanças”.

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