​Quem é Avelino Farinha, o empresário que pode 'tramar' Miguel Albuquerque?

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Buscas na Madeira

25 jan, 2024 - 10:48 • André Rodrigues

Grupo AFA, detido pelo empresário natural da Calheta, está na mira do Ministério Público por causa das adjudicações diretas. Em causa estão suspeitas de corrupção e deturpação grave da contratação pública. Ministério Público não esclarece se Miguel Albuquerque, líder regional da Madeira, é arguido neste caso.

Avelino Farinha, o dono da empresa de construção civil responsável pela quase totalidade das empreitadas de obras públicas na Madeira, é um dos três arguidos da operação policial na Madeira que viaja para Lisboa, onde vai ser ouvido em primeiro interrogatório judicial.

Topógrafo de formação, iniciou-se em 1979 no Gabinete de Apoio às Autarquias Locais e, depois de uma passagem pela Câmara da Calheta – de onde é natural – iniciou-se no mundo dos negócios aos 20 anos, em 1981, com o início da atividade do grupo AFA.

Em pouco mais de 40 anos, a empresa expandiu os seus negócios para países como Angola, Senegal, Mauritânia, Guiné Equatorial e Colômbia.

A construção e as obras públicas são, contudo, a ponta do icebergue numa empresa, no mínimo multifacetada nas suas áreas de intervenção, que, para além da construção, abrangem setores como a comunicação social, o turismo, a recolha de resíduos ou a aviação.

 Justiça "não tem calendários"

No mais recente confronto com a justiça, Avelino Farinha foi absolvido, há sete anos, num caso em que eram investigadas suspeitas de fraude fiscal.

O empresário estava acusado de utilizar faturas falsas, emitidas por empresários sem atividade conhecida, com o objetivo de reduzir a fatura de impostos a pagar ao Estado.

Contudo, o Tribunal de Instância Central da Comarca da Madeira considerou que não foi feita prova concreta em julgamento do crime do qual estava acusado.

Desta vez, Farinha volta a estar envolvido num caso com a justiça, com as adjudicações diretas ao grupo AFA na mira do Ministério Público, em particular as que envolvem a Câmara do Funchal e o autarca Pedro Calado, também ele detido na megaoperação policial desencadeada esta quarta-feira e que, de acordo com a Polícia Judiciária, investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poder e tráfico de influência.

Albuquerque arguido?

Perante as notícias que apontam o nome de Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira como arguido neste processo, a Procuradoria-Geral da República não confirma, nem desmente essa indicação e remete para o comunicado emitido esta quarta-feira.

A casa do líder regional também foi alvo de buscas da Polícia Judiciária, mas Albuquerque garantiu que não se vai demitir, dizendo-se disponível para colaborar com a justiça no apuramento da verdade.

O que está em causa nas investigações ao presidente do Governo Regional da Madeira?

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