"A minha filha é única". Menina nasceu com quatro rins em caso raro

8 meses atrás 81

Isis Eloah Ferreira Alves, uma bebé de 1 ano e 1 mês, nasceu com quatro rins em Formosa, município brasileiro do estado de Goiás, mas, embora já tenha estado internada várias vezes, "tem uma vida normal".

"Ela nasceu prematura, tem alguns atrasos motores e toda as semanas tem de ser acompanhada e tem de fazer exames de rotinas, mas tem uma vida normal. [...] É difícil, mas satisfatório saber que a minha filha é rara e única. Tento ver o lado bom da maternidade, porque não é fácil", relatou a mãe Thalia Silva, citada pelo g1.

O caso de Isis é conhecido entre a comunidade médica como "rins supranumerários", considerado bastante raro em todo o mundo. O urologista-pediátrico Hélio Buson, chefe do setor de urologia do Hospital da Criança de Brasília (HCB) e que acompanha do caso da menina, indicou que existem cerca de 100 casos documentados.

O médico explicou que a má formação dá-se na gestação, durante a formação do rim. Por uma questão que ainda não foi compreendida, acontece o desenvolvimento de mais de um rim de cada lado - um ou mais rins supranumerários.

Thalia afirmou que a gravidez de Isis não foi planeada e que o pai biológico nunca quis envolver-se na criação da menina. Por ter nascido prematura, a bebé precisou imediatamente de ser levada para uma incubadora. Até aí, a equipa médica do Hospital de Sobradinho (DF) suspeitava que tinha nascido com apenas um rim.

Segundo a mãe, Isis foi transferida para o Hospital da Criança José Alencar (DF), onde os médicos descobriram que, na realidade, existiam grandes probabilidade da menina ter nascido com mais rins que o normal. Aos cinco meses, durante uma cirurgia, os médicos confirmaram que a menina tinha nascido com quatro rins.
 
Hélio Buson destacou que ter vários rins não apresenta anormalidade para o corpo e até podem passar despercebidos ao longo da vida e só serem notados na vida adulta, ou até nunca serem detetados. São rins com funcionamento normal.

"As pessoas vão perguntar: 'bom, mas esses rins podem dar algum problema no futuro?'. Podem, mas também pode não acontecer absolutamente nada. Então, é necessário um acompanhamento clínico durante muitos anos, provavelmente até ser adulta", acrescentou o médico.

Isis retirou um rim
 
A urologista pediátrica Larissa Marinho, que também acompanha o caso de Isis, contou que um dos rins da menina teve uma obstrução, por isso, o órgão aumentou de tamanho e transformou-se numa "massa abdominal", comprimindo outros órgãos, como o estômago e o intestino, dificultando a alimentação.

"Nós constatámos através de exames que esse rim, além de obstruído, já não funcionava como rim, ou seja, não filtrava o sangue. Por isso, chegámos à conclusão de que esse rim deveria ser retirado", frisou.

Segundo a mãe, depois do órgão ter sido retirado, a menina não teve mais complicações renais. "De momento está estável, apenas tem algumas complicações causadas pelo o tempo de intubação, uma vez que nasceu prematura", salientou Thalia.

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