"Cemitério a céu aberto". Borrell quer nova posição da UE sobre Gaza

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A Faixa de Gaza "era a maior prisão a céu aberto, hoje é o maior cemitério a céu aberto", disse Josep Borrell à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), em Bruxelas, com a participação do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, por videoconferência.

"Espero que os ministros discutam a preparação, no próximo Conselho Europeu, de uma nova posição conjunta" sobre a maneira como Israel está a levar a cabo uma intervenção militar no enclave palestiniano desde o início de outubro de 2023, acrescentou o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

Josep Borrell afirmou que não está em cima da mesa a suspensão total do acordo de cooperação com Israel, mas uma interrupção da cooperação política com o Governo de Benjamin Netanyahu, nomeadamente do Artigo 2.º.

Este artigo refere que as relações entre a União Europeia e Israel têm de "ser baseadas no respeito pelos direitos humanos e princípios democráticos, que orientam as políticas nacionais e internacionais e constituem um elemento essencial" do acordo.

Há praticamente um mês, vários eurodeputados apoiaram uma posição de Espanha e da Irlanda para suspender partes deste acordo.

Na semana passada, a organização não-governamental (ONG) Federação Internacional para os Direitos Humanos pediu a Bruxelas para avançar a suspensão deste acordo, alegando incumprimento por parte de Telavive.

Israel invadiu a Faixa de Gaza na sequência de um ataque em território israelita, perpetrado pelo movimento islamita Hamas, em 07 de outubro de 2023.

De acordo com as autoridades palestinianas, várias ONG e até organização das Nações Unidas, já morreram mais de 30.000 palestinianos durante as incursões israelitas.

O apoio da comunidade internacional com o qual Israel contou no início converteu-se, entretanto, em condenação por parte de vários países, pela maneira considerada desproporcionada como estão a conduzir as operações militares, em violação da lei humanitária internacional e sem prestar atenção à vida de civis.

Várias ONG e até alguns intervenientes políticos europeus e norte-americanos já apelidaram a incursão israelita de genocídio.

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