"Extremas-direitas são farinha do mesmo saco"

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"Não podemos aceitar nem a extrema-direita, nem a direita extrema, porque não há uma extrema-direita má e uma extrema-direita boazinha. Todas elas estiveram juntas, há pouco tempo, numa cimeira em Madrid, onde defenderam a mesma ideia da Europa, uma ideia contra a União Europeia e a favor de nacionalismos serôdios: são farinha do mesmo saco", alegou.

No Encontro Europa, que decorreu no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda, Tiago Antunes sublinhou que não há qualquer tipo de diferença, "chamem-se eles conservadores, reformistas ou radicais".

"Sabemos quem integra esse grupo, com que o PPE [Partido Popular Europeu], portanto a AD, se quer entender : um partido espanhol franquista, um partido italiano que é descendente dos fascistas de Mussolini e agora, mais recentemente, um partido francês que é ainda mais radical e mais à direita do que a senhora Le Pen! É com esta gente que a AD se quer entender", criticou.

Ao longo da sua intervenção, o socialista disse não acreditar que os conservadores e reformistas na Europa não ultrapassem as três linhas vermelhas com que se comprometeram.

"É falso, caros amigos, é 'fake news', reforçou, acrescentando que essas três linhas vermelhas não passam de "mera maquilhagem".

"São 'makeup' para ocultar as verdadeiras três linhas que unem os partidos do Grupo Conservador e Reformista: a linha xenófoba, a linha misógina e a linha homofóbica. É isso que esse grupo representa e contra o que temos de lutar na União Europeia", sustentou.

Tiago Antunes aludiu ainda aquilo que diz ser a aproximação da direita tradicional à extrema-direita, que diz estar a ser contaminada pelos discursos da extrema-direita, em temas como o das migrações, habitação e emprego.

O Encontro Europa contou ainda com a participação do eurodeputado Pedro Marques, que depois de passar por vários temas que já tinham sido trazido por Tiago Antunes, apontou o dedo à direita em mais dois temas.

"Essa direita que não aceita quem eu ame quem eu quero. Se eu amar alguém que não achem tradicional, já não aceitam! E isso não é a minha Europa, a nossa Europa: Também não é a minha Europa pela forma como encaram os direitos das mulheres que levamos muito a sério", concluiu.

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