"O próprio André Ventura não acredita em nada do que está a dizer"

A bloquista Catarina Martins comentou esta segunda-feira a VI Convenção Nacional do Chega, atirando que "o próprio André Ventura não acredita em nada do que está a dizer".

No espaço de comentário 'Linhas Vermelhas' na SIC Notícias, a antiga coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) defende que "o Chega tentou um número de circo". 

"O discurso de André Ventura é mesmo isso. Começa com um número de ilusionismo, fala de corrupção e de portas giratórias para ver se ninguém olha para os financiadores do Chega onde estão pessoas envolvidas em portas giratórias - e até em vários dos casos que estão em investigação. Depois foi para aquele número de palhaçada que ninguém acreditou e toda a gente se riu muito de dizer que pagava tudo o que estava a prometer tirando dinheiro à ideologia de género", afirma Catarina Martins. 

"Nos números de circo há verdade e há coragem, no congresso do Chega só há mentirolas e cobardia", afirmou ainda a bloquista que defende que "há ideias muito perigosas, nomeadamente xenófobas e racistas a serem passadas". 

No mesmo espaço de comentário, a ex-deputada do CDS-PP Cecília Meireles afirmou que "vale a pena olhar para o que André Ventura diz e ter um olhar crítico sobre isso porque ouço-o muitas vezes falar em vergonha". 

"Eu acho que há outra palavra que ele devia pôr no léxico dele, que é a verdade. Porque há muita gente que acredita naquilo que ele diz, e eu compreendo porquê", prossegue, frisando o sentimento de revolta e descontentamento no país. 

A VI Convenção Nacional do Chega terminou, no domingo, em Viana do Castelo, com a eleição dos órgãos nacionais, a votação das alterações aos estatutos e o discurso de André Ventura, que foi no sábado reeleito presidente do partido. Este discurso tem sido amplamente criticado pelos mais variados espectros partidários. 

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