"Se Livre tivesse a atenção que [Chega] tem, teria resultado mais amplo"

1 mes atrás 41

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, recebeu o Bloco de Esquerda (BE) na sua sede, em Lisboa, esta sexta-feira, tendo dado conta de que “várias hipóteses foram postas em cima da mesa” para chegar à “convergência” pedida pela coordenadora dos bloquistas, Mariana Mortágua, logo após as eleições legislativas do dia 10 de março. O historiador considerou ainda que, caso o seu partido tivesse “metade da atenção mediática que a extrema-direita tem”, teria alcançado “um resultado muito mais amplo”.

“Várias hipóteses foram postas em cima da mesa e surgiram, desde contactos regulares entre os líderes parlamentares, que permitam que, em agendamentos, haja uma certa complementaridade; até todas as questões que têm a ver com a própria dinâmica parlamentar, que vai apresentar desafios novos na próxima legislatura”, disse Rui Tavares, em declarações à imprensa.

Questionado quanto a um eventual “desespero da Esquerda” que, mesmo unida, não consegue ultrapassar os partidos à sua direita, o porta-voz do Livre foi taxativo na sua discordância, tendo até equacionado que, caso tivesse “metade” da atenção mediática concedida ao partido de extrema-direita Chega, teria obtido “um resultado muito mais amplo”.

“A experiência do Livre, pelo menos, é a de que a Esquerda consegue crescer tanto quanto a Direita, a partir da base que tem. A extrema-direita quadruplicou a sua representação parlamentar; o Livre também. A extrema-direita triplicou os seus votos; o Livre também. Só que a extrema-direita teve 10 vezes mais dinheiro e teve 20, 30 vezes mais atenção mediática. Se o Livre tivesse metade da atenção mediática que a extrema-direita tem, podem ter a certeza de que teria tido um resultado muito mais amplo”, lançou.

O porta-voz do partido ecologista adiantou que o coletivo acredita que, para a Esquerda ganhar, é necessário “fazer uma campanha em torno de coisas muito práticas, que mudam a vida das pessoas, com pedagogia mediática e não com demagogia, com um discurso construtivo, de cordialidade, de termos orgulho no país que construímos com o 25 de Abril, e não um discurso de divisão e de ódio”.

Rui Tavares reiterou ainda que o Livre será “uma oposição leal, franca e rigorosa”, pretendendo “preparar as condições para uma governação com responsabilidade para o futuro do país, porque o país precisa da ideias de justiça social e ambiental que a Esquerda traz”.

Recorde-se que Mariana Mortágua já se reuniu com a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, faltando, agora, as reuniões com o Partido Comunista Português (PCP) e com o Partido Socialista (PS). Sobre este último, a bloquista revelou, esta sexta-feira, que "ainda não há uma data".

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