"Símbolo da luta do povo iraniano". Marisa Matias evoca Masha Amini no PE

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A eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE), Marisa Matias, esteve esta terça-feira no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, para a atribuição do Prémio Sakharov a Masha Amini, que foi entregue "a título póstumo".

"Hoje foi entregue o Prémio Sakharov a Masha Amini, a título póstumo. Símbolo da luta pela igualdade, dignidade e liberdade das mulheres e do povo iraniano. As bravas mulheres do Irão continuam a lutar. A mãe de Masha foi detida na fronteira e não pode vir receber o prémio", começa por dizer Marisa Matias numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Os pais e o irmão de Mahsa Amini foram "proibidos de embarcar no voo que os levaria a França para a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov", disse no sábado Chirinne Ardakani, advogada da família em França.

Também "as ativistas iranianas do movimento Mulheres, Vida, Liberdade não conseguiram passar" a fronteira, tendo apenas estado presente o advogado da família, destaca Matias.

As activistas iranianas do movimento Mulheres, Vida, Liberdade também não conseguiram passar. Apenas o advogado da família conseguiu vir receber o prémio.#SakharovPrize pic.twitter.com/1oteRZgpd7

— Marisa Matias (@mmatias_) December 12, 2023

Além do advogado, estiveram ainda presentes duas representantes do movimento, Afsoon Najafi e Mersedeh Shahinkar, na entrega da mais alta distinção da União Europeia em matéria de direitos humanos.

De recordar que Mahsa Amini morreu em 16 de setembro de 2022, três dias depois de ter sido detida pela polícia de costumes iraniana por alegadamente usar mal o véu islâmico, tendo a sua morte originado meses de manifestações em grande escala contra os líderes políticos e religiosos do Irão, cuja repressão resultou em centenas de mortes e milhares de detenções.

O Parlamento Europeu atribuiu em outubro o Prémio Sakharov a Mahsa Amini e ao movimento 'Mulheres, Vida e Liberdade', que tem sido reprimido de forma violenta pelas autoridades iranianas.

As representantes do movimento começaram hoje o dia falando aos jornalistas de toda a Europa e pediram que seja dado apoio além das palavras, com ações contra o regime iraniano que "são contra até a felicidade", relatando casos de detenções de pessoas que celebram.

"A República Islâmica retirou os direitos fundamentais da população. Se nos querem apoiar, peço que tratem as autoridades como nos tratam. Se eles quiserem estar nas vossas reuniões, não lhes atribuam vistos. Sancionem-nos da mesma forma como fazem connosco", apelou Afsoon Najafi.

Depois de descreverem inúmeros atos violentos, incluindo sobre elas próprias, as duas mulheres criticaram como as autoridades iranianas escolhem ter os seus filhos fora do Irão, já que neste país as "pessoas estão a sofrer com fome porque têm de economizar em tudo, incluindo na comida".

As ativistas dos direitos humanos descreveram ainda como os homens estão a juntar-se ao movimento, integrando manifestações e protegendo as mulheres que estão na rua a manifestar-se contra designadamente o uso do véu islâmico e outras normas consideradas discriminatórias.

Leia Também: Parlamento Europeu aplaude entrega de prémio a ativistas iranianos

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