"Tentativas de justificar genocídio". Hamas condena visita de Blinken

8 meses atrás 70

O grupo islamita palestiniano Hamas condenou, esta quarta-feira, a visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, e a Israel.

"O objetivo da visita é apoiar a segurança da ocupação. Não há diferenças entre Israel e os norte-americanos", disse o porta-voz do movimento, Sami Abu Zuhri, à agência Reuters.

Já em comunicado, o Hamas considerou que a presença de Blinken na região "reflete o nível de envolvimento dos Estados Unidos nestes crimes e as violações transversais de todas as leis internacionais cometidas pelo exército israelita na Faixa de Gaza".

"As tentativas de Blinken de justificar o genocídio cometido pelo exército de ocupação israelita contra civis palestinianos - dizendo que a resistência palestiniana está concentrada entre civis - são tentativas miseráveis de lavar as mãos da ocupação criminosa do sangue de crianças, mulheres e idosos de Gaza", acrescentou.

O secretário de Estado dos EUA chegou a Israel no âmbito de um novo périplo pela região do Médio Oriente, durante o qual também visitou países árabes e reafirmou o apoio de Washington ao direito dos israelitas de se defenderem dos ataques do Hamas, mas pediu cautela na resposta e na retaliação.

"O secretário de Estado reiterou a necessidade de garantir uma paz duradoura e sustentável para Israel e para a região", o que para os EUA também envolve o reconhecimento de um Estado palestiniano, informou a diplomacia norte-americana.

Nesta deslocação, Blinken também se encontrou com o presidente israelita, Isaac Herzog, a quem elogiou a sua capacidade de liderança em tempos "incrivelmente complicados".

A agenda do chefe da diplomacia dos EUA em território israelita incluía ainda reuniões com familiares dos reféns que continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, cuja libertação Blinken voltou a exigir na terça-feira.

A 7 de outubro, combatentes do Hamas - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 120 permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 23 mil mortos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, pelo menos 315 palestinianos foram mortos desde 7 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.

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