Raimundo pede mobilização para convencer indecisos e indiferentes

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A CDU organizou esta tarde uma arruada no Parque das Nações, em que participaram várias centenas de pessoas e que culminou com um comício junto à Estação do Oriente, no qual marcaram presença personalidades do PCP como o antigo secretário-geral do partido Jerónimo de Sousa, os deputados António Filipe e Paula Santos, os eurodeputados Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, e o vereador João Ferreira, além de vários dirigentes comunistas.

No final do comício, Paulo Raimundo tomou a palavra para destacar a "grande afirmação de força da CDU" e apelar aos militantes da coligação para fazerem "mais um esforço, mais uma conversa, mais um pouco" para mobilizar eleitores e quebrar "a barreira da desinformação, da manipulação e da mentira".

O líder do PCP defendeu que "há muita margem para crescer e alargar" a ação da CDU até as eleições, em particular "entre os que estão indecisos e que ainda não decidiram o seu voto, os que perante tudo o que vão vendo e sentindo nas suas vidas, estão cansados e muitas vezes já sem perspetivas".

"Os que justamente estão fartos da mentira, da corrupção e das negociatas, os que justamente se inquietam perante o soar dos tambores da guerra e a morte e o sofrimento que lhes está associado, os que se mostram indiferentes e acham que estas eleições não servem para nada. É com todos eles que devemos falar", pediu.

Num discurso dedicado quase exclusivamente às crianças, no âmbito do Dia Internacional da Criança, Paulo Raimundo defendeu que "é obrigação dos adultos, também em nome das crianças, pôr fim à guerra, à corrida militarista, ao negócio da morte e da destruição".

"Não é admissível a ligeireza com que alguns da guerra como se estivessem a falar de um filme qualquer de Hollywood, não é admissível que a alguns lhes passe pela cabeça que o futuro dos nossos filhos e netos seja para ser enviado para a guerra. Não admitiremos esse futuro", assegurou.

Paulo Raimundo defendeu que as crianças precisam que os seus pais e avós tenham os seus direitos garantidos, em particular através do aumento dos salários e das pensões, e de trabalhos estáveis, sem horários desregulados.

"As crianças não precisam que se baixe o IRS que favorece os mais ricos, não precisam que se encontrem pretextos para se cortar descontos patronais para a Segurança Social", afirmou.

Defendendo que as crianças "não podem continuar fechadas na creche ou na escola dez horas por dia" nem "imóveis a olhar para ecrãs semana atrás de semana", Paulo Raimundo considerou que "precisam de brincar, brincar muito, de dormir, de comer bem e de viver com os seus familiares".

Apelando a que se garanta o acesso das crianças à saúde e à habitação, Paulo Raimundo defendeu que os mais novos "não podem ser empurrados para o negócio da doença onde é tratado só quem pode".

"As crianças não precisam de cheques ou de 'vouchers': do que as crianças precisam é do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos seus profissionais", disse.

Depois, o líder comunista acusou PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal de estarem "submissos à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu" e defendeu que é preciso votar na CDU para garantir uma política alternativa.

"Aqui estamos convictos e determinados e, depois desta grande jornada, ainda mais confiantes (...) para construir um resultado da CDU que em grande medida depende do nosso esforço, empenhamento e dedicação", concluiu.

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