Uma criança, de 12 anos, arrisca ser expulsa de uma escola no Reino Unido devido à forma como usa o seu cabelo.
De acordo com o que contam as publicações internacionais, o longo cabelo que tem - e usa solto - vai contra as regras do estabelecimento de ensino que frequenta, já que não vão ao encontro das "regras do uniforme".
Segundo o que a sua mãe, Bonnie Miller, contou às publicações britânicas, o filho, Farouk James, tem vindo a ser castigado desde o fim de abril, e agora está a ser ameaçado com a expulsão da escola - apesar de fazer tranças quando vai às aulas.
A criança trabalha como modelo e tem mais de 250 mil seguidores na rede social Instagram. A sua mãe já explicou que o seu pedido para abrirem uma exceção na escola foi recusado, depois de estes explicarem que se tratava de uma questão cultural.
"A situação é devastadora para nós porque fomos informados de que vai levara uma expulsão permanente", referiu a mãe.
A progenitora já tinha explicado numa entrevista publicada em fevereiro que o pai de Farouk é do "Gana e, por causa da cultura, disseram-nos para não cortar o cabelo até aos três anos".
A mulher revelou que o cabelo continuou depois a crescer e que alguns pais lhe mostraram os momentos em que o cabelo é cortado pela primeira vez. "É parte da identidade. Estamos a pedir-lhes [ao cortar] para arrancar uma parte deles", afirmou.
Esta não é a primeira luta
Mas esta não é uma luta nova, dado que, já em 2020, a criança estava preparada para mudar de escola e enfrentou... mais regras.
A mãe lutou para que a criança fosse aceite e acusou o estabelecimento escolar de estar "desatualizado" e de as regras serem discriminatórias - e disse mesmo, com a criança com oito anos, que estava preparada para o declarar como não-binário por forma a que esta pudesse manter o seu cabelo.
Dois anos mais tarde, a Comissão de Igualdade e Direitos Humanos publicou um guia destinado a alguns quadros ao nível de educação para Inglaterra, Escócia e País de Gales. Esta comissão defende que os penteados usados devido a costumes culturais, familiares e sociais podem fazer parte da origem étnica de um aluno.
Os mesmos responsáveis adiantam ainda que a proibição de certos penteados, no âmbito de questões religiosas ou grupos, pode constituir uma discriminação indireta.
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