RDCongo. Governo detém 5 estrangeiros por ameaça ao apuramento dos votos

9 meses atrás 79

"Os serviços de segurança detiveram cinco estrangeiros", declarou o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, Peter Kazadi, numa conferência de imprensa na capital, Kinshasa, sem especificar as nacionalidades dos detidos.

"Estas pessoas admitiram que havia cinquenta observadores que têm o mesmo tipo de máquinas que negámos à União Europeia (UE) e que estas pessoas trabalham com uma estrutura" que quer "transformar-se em CENI (Comissão Eleitoral Nacional Independente)", sublinhou Kazadi.

De acordo com o ministro do Interior, estes estrangeiros dispõem de equipamento sofisticado para tentar atacar o sistema eletrónico da CENI.

Kazadi recordou que a RDCongo convidou a UE para observar as eleições, mas recusou posteriormente a sua participação porque os observadores dos 27 viriam com "tecnologia capaz de penetrar no sistema eletrónico da CENI e manipular os resultados eleitorais".

"Não se pode vir observar com máquinas capazes de aceder aos dados da CENI", disse o vice-primeiro-ministro, que garantiu que o objetivo dos detidos era preparar uma contestação dos resultados a publicar pela CENI, o único organismo autorizado a divulgar os dados eleitorais.

Kazadi sublinhou na conferência de imprensa que estão a ser tomadas todas as medidas necessárias para enfrentar os desafios de segurança colocados pelo que classificou como "inimigos da democracia e do povo" da RDCongo.

Em 29 de novembro, a UE anunciou o cancelamento da missão que deveria enviar para observar as eleições na RDCongo devido a "limitações técnicas".

Dias depois, em 07 de dezembro, a UE anunciou que a sua missão de observação eleitoral na República Democrática do Congo (RDCongo) tinha sido reduzida a uma Missão de Peritos Eleitorais.

Esta missão, composta por oito peritos, irá analisar o processo eleitoral a partir de Kinshasa, ao contrário do que ficou acordado na missão de observação eleitoral, na qual eram esperados 100 observadores em todo o país e uma delegação de sete deputados europeus.

A RDCongo, país que faz fronteira com Angola, deverá realizar eleições locais, provinciais, legislativas e presidenciais na quarta-feira, nas quais o atual Presidente, Félix Tshisekedi, se candidata a um segundo mandato.

Tshisekedi chegou ao poder nas eleições de 2018, sucedendo a Joseph Kabila, num processo eleitoral controverso, sendo que vários observadores consideraram o escrutínio marcado por irregularidades.

Cerca de 44 milhões de eleitores estão inscritos para a votação.

Leia Também: UE apela a eleições "transparentes" em "momento histórico" na RDCongo

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