O primeiro-ministro, António Costa (PS), rejeitou, esta sexta-feira, comentar o anúncio da demissão do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD).
"Não vou comentar o que se passa na Região Autónoma da Madeira, respeitando as autonomias regionais", disse Costa aos jornalistas em Aveiro, onde foi recebido com protestos das forças de segurança, que entoaram o hino nacional, segurando bandeiras de Portugal.
Questionado sobre o papel do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, neste caso, Costa repetiu a dose: "Também não costumo comentar as decisões do Presidente da República, não é hoje que o vou fazer".
Finalmente, o primeiro-ministro rematou, sobre as investigações de alegada corrupção na Madeira: "Também não comento os casos da justiça".
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, anunciou, esta sexta-feira, que irá renunciar ao cargo. Revelou, ainda, que o conselho regional do partido irá reunir na segunda-feira para eleger o nome do seu sucessor.
Albuquerque foi constituído arguido na quarta-feira, após a Polícia Judiciária ter realizado cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias na Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa), em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada (Açores), no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
A residência de Miguel Albuquerque e a Quinta Vigia, sede da presidência do Governo Regional (PSD/CDS-PP), também foram alvo de buscas, no decurso de um processo em que o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), e dois gestores ligados ao grupo de construção AFA foram detidos.
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