Regresso em força da boina

7 meses atrás 45

Álvaro Pacheco não foi feliz no arranque de época no comando do Estoril e saiu para dar lugar a Vasco Seabra, mas voltou ao António Coimbra da Mota, agora no comando do Vitória SC e aproveitou uma 1ª parte paupérrima da turma canarinha e venceu por 1-3, deixando a sua antiga equipa aflita na luta pela manutenção.

O Estádio António Coimbra da Mota, com chuva a acompanhar, recebia o duelo entre Estoril e Vitória SC. Do lado canarinho, o treinador Vasco Seabra promovia quatro alterações no onze titular, em relação à última jornada, com Bernardo Vital, Winther, Rodrigo Gomes e Márques a saltarem para a titularidade. Já do lado do Vitória SC, o técnico Álvaro Pacheco, de regresso à casa onde começou a época, promovia duas alterações, com João Mendes e Nélson Oliveira a saltarem para o onze inicial.

Massacre sem esforço

Sem André Silva nas contas - a caminho do São Paulo -, o Vitória SC abandonou o 3x4x3 e voltou ao 3x5x2, com João Mendes a criar vantagem no miolo e isso cedo deu claras dificuldades ao Estoril na construção, uma vez que os canarinho não conseguiam que os médios aparecessem em jogo para ligar setores, nem mesmo quando Guitane ou João Marques baixavam no terreno, visto que a equipa aí perdia referências na frente. O Vitória SC, aproveitando o caudal, precisou de apenas oito minutos para inaugurar o marcador, num remate de fora da área de João Mendes, que desviou em Vital e enganou Dani Figueira.

Jota voltou a ser dor de cabeça @Kapta+

Os vimaranenses não se ficaram por aqui e perceberam que o lado esquerdo do Estoril era claramente frágil, face à falta de rotinas defensivas de Heriberto e a Winther, que ia acumulando erros. A construção e ataque por esse lado era constante, de tal modo que Jota Silva, o avançado mais móvel - Nélson Oliveira mais fixo -, nem era assim tão móvel e estava praticamente fixo desse lado. Os sustos foram-se acumulando, mas foi aos 22' que o Vitória SC ampliou, num remate seco de Jota Silva de fora da área, aproveitando uma péssima abordagem de Winther a um lance aparentemente inofensivo.

Após este golo, o Vitória SC permitiu ao Estoril ter uma pouco de mais bola, mas os canarinhos foram-se mostrando bastante inconsequentes e apenas davam (curtas) amostras de vida através de arrancadas de Rodrigo Gomes na direita - melhor ocasião, e única, surgiu numa desmarcação de Guitane na direita da área -, mas estava bastante sozinho e a equipa ia sendo previsível e lenta na decisão. Sem precisar de acelerar muito, os comandados de Álvaro Pacheco chegaram ao 3-0, aos 43', na sequência de um livre frontal, onde uma série de desvios isolou Nélson Oliveira e este regressou aos golos em Portugal.

Sofrer sem necessidade

A 1ª parte tinha sido paupérrima, mas Vasco Seabra tentou dar vida à equipa ao intervalo e colocou Cassiano no lugar do desaparecido João Marques, para dar mais uma referência e fazendo baixar Guitane para médio ofensivo. Com Guitane a vir buscar jogo mais atrás, a equipa voltou a ter mais bola e a conseguir queimar melhor etapas - em parte também devido ao menor ritmo vitoriano -, mas continuava bastante dependente de iniciativas individuais, de tal modo que a sua primeira boa ocasião de golo surgiu apenas aos 56', num remate de muito longe de Mateus Fernandes.

Ritmo baixou na 2ª parte @Kapta+

Pouco depois, aos 61', foi Cassiano, de bicicleta, a obrigar Charles a grande defesa. O Estoril vivia a melhor fase, claramente dinamizado pelo crescimento de Guitane com bola, e foi o francês quem rematou, aos 67', e ganhou um penálti por mão na bola de Mangas. Charles ainda defendeu, mas para dentro e Marqués confirmou o 1-3, aproveitando a fase de menor fulgor do Vitória SC, que ia permitindo a reação envergonhada do Estoril.

O ascendente era claramente canarinho e entrámos numa fase onde o Vitória SC já nem conseguia ter bola, agora que o Estoril estava mais bem organizado e Jota Silva tinha menos fulgor. O Estoril ia aproveitando, tinha bola no último terço e chegou mesmo a festejar aos 78', na sequência de uma confusão num canto, por Zanocelo, mas havia fora de jogo do médio brasileiro. Pouco depois, aos 85', João Carlos atirou ao poste e fazia a baliza e a defesa vitoriana tremer por todo o lado, mas o tempo não andava, corria, e não abrandava.

Foram minutos finais para o Vitória SC, que geriu mal a 2ª parte e permitiu esta reação do Estoril. Os canarinhos bem insistiram, especialmente com cruzamentos - até porque já tinham três avançados em campo - e até ficaram perto do golo nos descontos, por Rodrigo Gomes, mas o Vitória SC aguentou o sufoco e acabou por vencer, justamente, mas com susto desnecessário, por 1-3. O Estoril está a ficar aflito na zona de despromoção, o Vitória SC reforça o 5º lugar.

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