Retrato de um anão político

3 horas atrás 25

Explorando uma tragédia para criar um caso político, Ventura ultrapassa tudo.

O desespero de André Ventura começa a ser um caso de estudo. Depois do desastre nas europeias o líder do Chega tem dado muitos tiros no pé. Se a comissão parlamentar ao caso das gémeas se pode perceber, por tocar na questão da integridade no exercício de funções públicas de forma consistente, já a proposta de referendo sobre a imigração não é mais do que um deplorável exercício de oportunismo político.

Agora, alimentando a ideia de que pode existir uma motivação política contra o Chega no triplo homicídio da Penha de França, Ventura ultrapassa todas as linhas da decência e da seriedade. Não se trata apenas de seguir uma linha política de extrema-direita, que diaboliza imigrantes, etnias e, pateticamente, pessoas que vão às manifestações com rastas no cabelo, ou coisa parecida. Trata-se de pura piromania política, que atinge o coração da democracia. Ventura exibe um enorme desespero por estar fora de uma agenda política que acaba de dar uma enorme guinada ao centro, com o potencial entendimento entre PS e PSD sobre o Orçamento.

Reduzido a alguma irrelevância, Ventura cavalga uma tragédia para construir uma execrável realidade alternativa, não suportada em nenhum testemunho, em nenhum facto até agora apurado. Ao meter-se em bicos de pés, Ventura reduz-se à dimensão de um anão político, com todo o respeito pelos anões, obviamente.

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