Revolut pressiona Meta para co-financiar reembolsos de vítimas de fraude

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A Revolut, a fintech global, com 1.3 milhões de utilizadores em Portugal e 45 milhões a nível mundial, está a apelar à Meta para que se comprometa a partilhar o reembolso das vítimas de fraude, argumentando que a sua parceria de partilha de dados recentemente anunciada fica muito aquém do que é necessário para combater a fraude a nível mundial.

A Revolut lança hoje a segunda parte do  Relatório de Segurança do Consumidor e Crimes Financeiros, divulgando informações exclusivas sobre burlas e fraudes do primeiro semestre de 2024.

Este relatório mostra que as plataformas Meta continuam a ser a principal fonte de burlas relatadas à Revolut no primeiro semestre de 2024 (62%), sem nenhuma mudança significativa em comparação com o segundo semestre de 2023 (64%).

Na sequência do anúncio de que a Meta vai lançar uma parceria de partilha de dados com bancos e instituições financeiras do Reino Unido para prevenir a fraude, a Revolut está profundamente preocupada com o facto de a iniciativa não abordar o que é necessário para combater a fraude:

Mais uma vez, a atenção está a ser colocada nas instituições financeiras para que forneçam dados sobre as fraudes observadas nas plataformas Meta, em vez de a Meta investir mais na monitorização das suas próprias plataformas.
Esta iniciativa centra-se apenas no Reino Unido, quando a fraude é um problema global que afecta consumidores e empresas em muitos países.
Continua a não haver qualquer compromisso de comparticipação no reembolso das vítimas defraudadas nas plataformas da Meta, apesar de a empresa poder vir a lucrar com anúncios falsos e fraudulentos.

Woody Malouf, Head of Financial Crime da Revolut, afirma: “Estes planos são passos de bebé, quando o que o setor realmente precisa é de dar saltos gigantescos. O que o nosso último relatório sobre a criminalidade financeira mostra é que as plataformas de redes sociais não só continuam a permitir a fraude, mas que o problema é tão grave hoje como era no ano passado. As vítimas e as instituições financeiras continuam a suportar os custos. Estas plataformas não partilham a responsabilidade de reembolsar as vítimas, pelo que não têm qualquer incentivo para fazer algo a este respeito. O compromisso de partilha de dados, apesar de necessário, não é suficiente.

Estamos confiantes nas medidas que o Governo português está a tomar para combater a fraude, mas o que é urgente agora é que a Meta e outras empresas de redes sociais se comprometam a apoiar as vítimas de fraude da mesma forma que as instituições financeiras o fazem. O seu silêncio sobre esta questão diz tudo.

Estamos preparados para fazer a nossa parte para manter os clientes seguros, e eles também o devem fazer. Devemos ser a última linha de defesa, não a única.”

Perante as novas regras que deverão ser impostas no Reino Unido a partir de 7 de Outubro de 2024, as principais conclusões do Relatório sobre Segurança do Consumidor e Criminalidade Financeira da Revolut sublinham a importância de combater a fraude na fonte:

A Meta continua a ser a principal responsável pela origem de fraudes
Globalmente: No primeiro semestre de 2024, as plataformas Meta foram responsáveis por 63% de todas as burlas relatadas à Revolut. A Meta é agora responsável por uma maior percentagem de burlas em comparação com o ano passado, apesar da retórica contínua de que está a reduzir a fraude.
Em Portugal: as burlas na Meta situam-se actualmente nos 52% (uma descida de 6% em relação ao último semestre do ano anterior).
O Facebook foi a fonte mais comum na Europa
Globalmente: 39% das burlas tiveram origem no Facebook, representando mais do que o dobro do número de casos de fraude originados nas plataformas mais altas a seguir: WhatsApp (18%) e depois Telegram (12%).
Em Portugal: O Telegram foi responsável por 29% dos casos de burla, o que representa o valor mais alto de todas as plataformas, seguido do WhatsApp (24%) e Facebook (19%).

Burlas de compras continuam a ser as predominantes e as fraudes de emprego estão a aumentar.

Globalmente:

Burlas de compras continuam a ser as predominantes em todos os países, excepto em Itália, afectando 60% das vítimas em todo o mundo e destacando a sua utilização contínua como a táctica mais comum utilizada pelos burlões para enganar as vítimas. As burlas de emprego registaram um aumento dramático de 9% no final de 2023 para o dobro (18%) no final de Junho de 2024, representando agora uma percentagem significativa das burlas.
Em Portugal: a burla de compra foi a mais prevalente, representando 45% de todas as burlas, seguida da burla de emprego e da burla de investimento. Estes dados estão em consonância com outros países do sul da Europa, com a Espanha e a Grécia a registarem 44% de burlas no momento da compra.

A Revolut leva muito a sério a fraude e o risco de os clientes serem coagidos por criminosos organizados em todo o sector. Investimos fortemente na nossa equipa de prevenção da criminalidade financeira, que representa agora mais de um terço da nossa força de trabalho global de mais de 10.000 funcionários.

A Revolut está continuamente a melhorar as suas características de segurança, implementando sistemas de detecção de fraude em tempo real e fornecendo recursos educativos para ajudar os consumidores a manterem-se informados sobre os potenciais riscos.

A Revolut lançou recentemente o Revolut Secure, que reúne as funcionalidades de segurança de ponta da Revolut para dar aos clientes mais controlo sobre a forma como o seu dinheiro é protegido. Em 2023, a Revolut evitou mais de 475 milhões de libras em potenciais fraudes contra os seus clientes e está constantemente a trabalhar na actualização das protecções para se manter um passo à frente dos autores de fraudes.

A empresa também está a trabalhar com governos e empresas de tecnologia para combater a fraude na sua origem, garantindo um ecossistema digital mais seguro para todos.



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