Ricardo Soares: «Se berrar com o jogador chinês, ele fica perturbado»

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No segundo dia da sexta edição do Fórum Internacional da Quarentena da Bola - espaço de debate criado por Rémulo Marques, antigo jornalista e diretor desportivo com passagens por Boavista, Fafe, FC Zimbru, Leixões e Camacha -, a primeira sessão ficou marcada pela palestra de Ricardo Soares - técnico do Beijing Guoan com passagens por vários clubes em Portugal.

Entre essas passagens em solo nacional, o treinador de 49 anos destacou o trabalho realizado no Gil Vicente, sendo que, a primeira parte da palestra ficou marcada pelos pormenores táticos que permitiram ao Gil atingir um lugar de acesso às provas europeias.

Com a presença exclusiva do zerozero como media partner, o treinador português foi questionado sobre o talento de Fran Navarro - jogador importante durante a época épica do Gil, sob o comando de Ricardo Soares - e deixou rasgados elogios ao espanhol.

«Nós fizemos muito treino individual com o Fran Navarro. É uma pessoa incrível. Nunca vi um ponta de lança trabalhar tanto na minha vida. Ele trabalhava noite e dia. Tinha consciência de algumas debilidades, mas rapidamente atingiu uma confiança tremenda, fruto da perseverança tremenda e da sua humildade. Para mim, como pessoa, é difícil encontrar melhor. Como jogador, tem características fabulosas. Jogaria na minha equipa sempre, desde que trabalhasse, claro», realçou o técnico de 49 anos.

Sobre a experiência na China, Ricardo Soares falou do jogador chinês e de uma particularidade curiosa que vivenciou, deixando ainda um elogio a Roger Schmidt, treinador do Benfica e ex-treinador do Beijing Guoan.

«O jogador chinês, se berrar com ele, fica perturbado e tenho de me ajustar. No início tive algumas dificuldades. Porque entrava em conflito com a cultura chinesa e a minha forma de estar, muito apaixonada. Agora é diferente, estou melhor. Por que é que o jogador português é bom? Ele questiona. Eu gostava, aqui, que os meus jogadores tentassem perceber o porquê de irem para a esquerda ou para a direita. A evolução seria mais rápida se a interação existisse.»

«O Guga é exemplar. Faz cada treino como se fosse o último. É um claro influenciador positivo e eu felizmente tenho os meus estrangeiros com isso em comum. Nós aqui, eu sinto que estou num grande clube, excelentes condições, bem organizado e acho que o Schmidt tem responsabilidade nisto. Até na cozinha ele ajudou, para trazer uma comida mais saudável para os jogadores. Um dia espero deixar isto melhor do que quando entrei», finalizou.

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