Rigoberto Urán vai continuar no ciclismo como "desocupado" depois de se retirar

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Rigoberto Urán fartou-se da vida de ciclista e vai ‘encostar’ a bicicleta no final da temporada, expectavelmente após uma boa prestação no Tour e de somar mais vitórias, mas promete continuar a aparecer nas corridas no papel de “desocupado”.

O colombiano da EF Education-EasyPost é um personagem: verdadeiro ídolo de massas no seu país, fala com todos os que o abordam, rejeita sugestões para comprar uma casa na Galiza, “porque faz muito frio”, e desarma qualquer um com a sua descontração.

“Por que decidi retirar-me? Porque já perdi 20 anos com o ciclismo e creio que há que encarar outra etapa da minha vida”, responde à agência Lusa, com boa disposição.

Duas vezes segundo no Giro (2013 e 2014) e vice-campeão do Tour2017, o ciclista de 37 anos decidiu retirar-se no final da época, encarando as provas deste ano como uma verdadeira tournée de despedida, digna de alguém que, n’O Gran Camiño, rivaliza em popularidade apenas com Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) e o compatriota Egan Bernal (INEOS), dois campeões da Volta a França.

“Todas estas provas me entusiasmam. Logicamente, nas corridas em que vou participar, quero dar o meu melhor. Cada prova é uma oportunidade para a minha equipa e para mim. Tratarei de procurar uma vitória de etapa, uma classificação ou dar o meu contributo para que a equipa possa ganhar”, enumerou.

Com 14 vitórias no currículo, entre as quais se destacam duas etapas na Volta a Itália e outra na ‘Grande Boucle’, e uma dezena de presenças entre o top 10 nas grandes Voltas – um dado relevador da sua consistência nas corridas de três semanas -, ‘Rigo’ já não tem nada a provar, pelo que o seu principal objetivo na última temporada no pelotão é “dar muito à equipa”, que representa há nove anos.

“Em princípio, vou estar no Tour. Espero estar muito bem aí e lutar por uma etapa, andar em fuga, o que seja”, antecipou à Lusa.

Muito solicitado pelo público da prova galega, Urán garante que os seus fãs não terão tempo para sentir a sua falta, porque vai “continuar a aparecer nas corridas”.

“Não como ciclista. Não sei como… Como diretor, não. Trabalham muito. Não, não, não. Virei como desocupado [ou ‘vago’, na expressão em castelhano]”, brincou, parecendo satisfeito com a ideia que acabou de ter.

Nesta tournée de despedida, o colombiano espera coincidir em prova com o seu novo companheiro, o português Rui Costa, que reencontrou após ambos terem representado a Caisse d'Epargne em 2009 e 2010, no início das suas carreiras.

“É um bom companheiro, também está velho como eu. Esperemos que se recupere rápido, porque teve uma queda feia [na Volta ao Algarve]”, concluiu.

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