Rude, grosseiro e mafioso

2 semanas atrás 39

PS, PSD e CDS têm gerido a Santa Casa em rotatividade tachista.

Mais do que rude e grosseira, a exoneração de Ana Jorge foi um ato de puro saneamento político, mas não só. É um ataque ao pote, ao que sobra dele, como costuma dizer-se em linguagem popular. Mais do que um saneamento político, é ainda uma tenebrosa ofensiva de interesses opacos, de recorte mafioso, profundamente instalados no que de pior a política tem. O Governo ancorou-se em argumentos artificiais e mentirosos para contornar o trabalho de saneamento financeiro que Ana Jorge vinha a fazer, depois do desastre criado pelo anterior provedor Edmundo Martinho. A Santa Casa é, há demasiado tempo, uma coutada do bloco central e do CDS. Do piorio destes três partidos, diga-se, ao nível dirigente. A exoneração de Ana Jorge, que fez uma auditoria e enviou tudo o que pôde para o Ministério Público, em que estão abertos 20 inquéritos, satisfaz as piores clientelas de PSD, PS e CDS. Uns e outros encheram a Santa Casa de rapaziada e têm-na gerido numa rotatividade tachista que é, em si, um ataque à própria democracia. Se o Parlamento e a Justiça não servem para escrutinar os sucessivos escândalos que minam a Santa Casa, então não servem para nada. Se isto é o resultado do que fazem os chamados ‘partidos do sistema’, então também é melhor abrirem alas que o Chega não tardará a crescer ainda mais.

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