Rússia antecipa julgamento de jornalista dos EUA acusado de espionagem

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A audiência foi antecipada "a pedido da defesa", disse o serviço de imprensa do tribunal regional de Sverdlovsk, nos Urais, à agência francesa AFP.

A audiência permanecerá fechada ao público e à imprensa, acrescentou o tribunal.

O repórter do Wall Street Journal (WSJ), que foi interpelado pela polícia a meio de uma reportagem em março de 2023, está detido há quase 16 meses sob acusações que as autoridades russas nunca fundamentaram.

Gershkovich, o WSJ, as pessoas que lhe são próximas e a administração dos Estados Unidos rejeitaram veementemente a acusação de que agia por conta da CIA, a agência de espionagem norte-americana.

A Rússia nunca permitiu que alguém tivesse acesso ao 'dossier', alegando que é confidencial.

Para Washington, o principal objetivo da detenção do jornalista é rentabilizar uma eventual troca de prisioneiros.

Moscovo admitiu ter negociado a libertação de Gershkovich e o Presidente russo, Vladimir Putin, referiu-se ao caso de Vadim Krassikov, que está preso na Alemanha por um assassínio por contrato atribuído aos serviços especiais russos.

O julgamento de Gershkovich teve início em 26 de junho em Yekaterinburg, nos Urais, onde foi detido, tornando-se o primeiro jornalista ocidental desde a era soviética a ser acusado de espionagem na Rússia.

Se for condenado, a pena máxima possível é de 20 anos de prisão.

A Casa Branca (presidência norte-americana) denunciou um "julgamento fictício", repetindo que Gershkovich nunca trabalhou para o governo dos Estados Unidos, não é espião e "nunca deveria ter sido detido".

Posteriormente, um painel de peritos da ONU decidiu que a detenção de Gershkovich era arbitrária e que o jornalista deveria ser libertado sem demora.

Os investigadores afirmam que Gershkovich, que também trabalhou para a AFP em Moscovo em 2020-2021, recolheu informações sensíveis para a CIA sobre um dos principais fabricantes de armas da Rússia, a Uralvagonzavod.

Esta fábrica produz os tanques T-90 utilizados na Ucrânia e os tanques Armata de nova geração, bem como vagões de carga.

A Rússia mantém outros norte-americanos na prisão, incluindo a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva, detida em 2023 por uma infração ao abrigo da Lei dos Agentes Estrangeiros.

O antigo fuzileiro Paul Whelan cumpre uma pena de 16 anos de prisão por espionagem, uma acusação que contesta.

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