Quando entramos na nossa loja favorita ou num espaço comercial de grandes dimensões dificilmente nos perguntamos onde ou como são fabricados os produtos que pretendemos comprar. Por exemplo, sabe qual é a origem das vassouras e esfregonas disponíveis no Mercadona ou das cadeiras de plástico do IKEA?
A resposta está na empresa familiar espanhola SP Berner, como revela o Expansión, que completa 60 anos de produção de produtos em plástico e da qual pouca gente ouviu falar. No seu portefólio encontram-se, como já referido, as vassouras e esfregonas do Mercadona, mas também os baldes, as escovas de dentes e as caixas para alimentos comercializados por este retalhista e por outros como o britânico Tesco.
A par de utensílios do dia-a-dia, a SP Berner fabrica ainda mobiliário de plástico para exteriores, que pode ser encontrado no IKEA e no Carrefour, além de outros produtos industriais como paletes.
O nascimento da SP Berner
Para esta empresa, tudo começou na década de 1960, quando Julián Escarpa Ochoa, avô do actual director-geral, emigrou para Aldaya (Valência), da província de Guadalajara. Em1964, a firma têxtil onde trabalhava fechou e não tendo como lhe pagar uma indemnização, deram-lhe uma máquina de moldagem por injecção de plástico com a qual podia produzir rolhas. Assim, ele e os seus filhos começaram a fabricar, aumentando gradualmente a produção, a maquinaria e a variedade de produtos. Começaram no pátio da sua casa e mais tarde construíram a fábrica.
A segunda geração do negócio, liderada por Julián Escarpa Gil, fez crescer a empresa, mas em 1990 um incêndio na fábrica deitou tudo abaixo. «Esteve a arder durante um mês e meio. O plástico não é fácil de apagar. Isso ajudou-nos a repensar tudo. O meu pai juntou os seis irmãos e disse-nos que íamos renascer das cinzas como a fénix», diz o actual CEO Julián Escarpa Gil, ao Expansión.
Construíram uma nova fábrica, que continuou a crescer, duplicando. Actualmente, existe uma em Aldaya – com seis armazéns independentes – e outra em Chiva (Valência), para além da fábrica de reciclagem na vizinha Torrente, bem como duas plataformas logísticas. Tem um volume de negócios de 150 milhões de euros e emprega directamente 800 pessoas.
O responsável revela que este ano espera investir 15 milhões de euros, «principalmente em novos produtos e na automatização e digitalização de processos» para aumentar a eficiência.