Sabia que as renas ajudam na luta contra as alterações climáticas?

8 meses atrás 93

Podem as renas ser úteis na luta contra as alterações climáticas? Estudos mostram que, aparentemente, sim.

Segundo a BBC, os animais podem ter um importante papel na manutenção dos habitats no norte da Finlândia, ao controlar a densidade e a altura de vegetação que, caso se mantivesse intacta, levaria a uma menor refletividade da neve e do gelo e, consequentemente, a um maior aumento das temperaturas à superfície.

As renas podem, então, desempenhar um papel fundamental na preservação dos ecossistemas, onde as temperaturas descem bem abaixo dos 0ºC e a neve chega a ter 20 centímetros de profundidade. Ecossistemas estes que incluem a floresta aberta, com arbustos de frutos silvestres de baixo crescimento, musgos e líquenes, um organismo que é formado por estreita associação de fungos e algas, e até mesmo o clima frio que é típico do inverno.

O Ártico, conta a BBC, está a aquecer a uma velocidade quatro vezes superior ao resto do mundo, mas as renas, aparentemente, podem ajudar a contrariar este efeito, evitando a chamada “arbustificação” em excesso - o crescimento de plantas mais altas e lenhosas, que ocorre à medida que uma paisagem aberta se transforma gradualmente em floresta.

Acontece, no entanto, que, no caso do Ártico, a cobertura de arbustos e floresta pode acabar com o seu ecossistema mais tradicional, associado a florestas abertas, conhecidas como florestas boreais, e às tundras árticas sem árvores. Estes arbustos, caso cresçam em demasia, podem também piorar o impacto das alterações climáticas, já que podem reter o calor que descongela o 'permafrost', aquecendo mais a superfície.

Assim, as renas podem ter um efeito apaziguador, ao comer e destruir as plantas, limitando o seu crescimento. A BBC cita, aliás, um estudo que analisou imagens de satélite da cobertura arbustiva na Península de Yamal, no noroeste da Sibéria, e descobriu que a vegetação na área permaneceu estável nos locais onde houve um aumento de 75% na população de renas, entre 1986 e 2016, apesar do aumento das temperaturas no verão.

Os autores do estudo concluíram que a presença das renas permitiu compensar os efeitos das alterações climáticas, ajudando a preservar o habitat da tundra.

"As renas comem líquenes e outras plantas. Também as pisam e garantem que a vegetação não seja muito densa, e isso mantém o solo mais frio. A vegetação espessa no solo reteria muito calor. Se não houver folhas e relva, o solo fica mais congelado e congela no início do inverno", disse à BBC Tiia Jeremejeff, criadora de renas.

Já Tiina Sanila-Aikio, também ela criadora destes animais, explicou: "A floresta aqui é bastante aberta e ampla. Isso é por causa das renas. Se não as tivéssemos, a visão seria totalmente diferente. À medida que a temperatura sobe, tudo cresce muito mais rápido. Precisamos de renas para manter a floresta aberta".

Outros estudos citados pela BBC mostram ainda que a presença das renas pode ser benéfica, no sentido em que a libertação de dióxido de carbono pode ser menor, já que, com menos arbustos, há menos biomassa a decompor-se. Também se teoriza que o efeito 'albedo', ou seja, a capacidade da neve e do gelo refletirem calor, está a ser influenciado pela presença de renas, no sentido em que há estudos que sugerem que os arbustos aceleram o derretimento da neve, gerando mais calor à superfície.

Ao remover estes arbustos, então, as renas estarão a ajudar a desacelerar o derretimento da neve, preservando a sua presença e o seu papel na reflexão da luz solar.

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