Segundo míssil disparado pelos Huthis atinge outro navio de carga no Mar Vermelho

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Um segundo míssil disparado esta sexta-feira a partir de território iemenita controlado pelos rebeldes Huthis atingiu outro cargueiro com bandeira liberiana no Mar Vermelho, próximo do Estreito de Bab el-Mandeb, incendiando a embarcação, indicou fonte militar norte-americana.

A fonte militar, que solicitou anonimato, identificou o navio como o "Palatium III', pertencente à operadora MSC, e referiu estar ainda por saber se alguém ficou ferido no ataque.

O míssil aparentemente tinha como alvo o 'al-Jasrah', outro navio de carga também de bandeira liberiana, que, horas antes, foi também atingido por um míssil disparado a partir do Iémen.

A MSC, operadora do navio, ainda não comentou o incidente e os Huthis, rebeldes apoiados pelo Irão, não reivindicaram nenhum dos dois ataques.

Os ataques agravam ainda mais a campanha dos rebeldes Huthis, do Iémen, que reivindicaram nos últimos dias a responsabilidade por vários ataques com mísseis que, por pouco, não atingiram navios no Mar Vermelho e no estratégico estreito de Bab el-Mandeb.

Os ataques são uma resposta à guerra entre Israel e o Hamas e à ofensiva aérea e terrestre contra a Faixa de Gaza, embora as ligações aos navios visados nos ataques rebeldes se tenham tornado mais ténues - ou inexistentes - à medida que os ataques prosseguem.

Os Huthis ameaçaram atacar qualquer embarcação que acreditem estar a ir ou a vir de Israel, embora vários navios visados não tivessem qualquer ligação aparente.

O transporte marítimo mundial tem sido cada vez mais visado, uma vez que a guerra entre Israel e o Hamas ameaça tornar-se um conflito regional mais vasto, mesmo durante uma breve pausa nos combates, durante a qual o Hamas trocou reféns por prisioneiros palestinianos detidos por Israel. 

O colapso das tréguas e o recomeço de uma ofensiva terrestre e de ataques aéreos israelitas em Gaza aumentaram o risco de mais ataques marítimos.

O estreito de Bab el-Mandeb tem apenas 29 quilómetros de largura no seu ponto mais estreito, o que limita o tráfego a dois canais para os carregamentos de entrada e saída, de acordo com a Administração de Informação sobre Energia dos EUA.

Cerca de 10% de todo o petróleo comercializado no mar passa pelo estreito e estima-se que 1.000 biliões de dólares (910 biliões de euros) em mercadorias passam anualmente pelo estreito.

Em novembro, os Huthis apoderaram-se de um navio de transporte de veículos ligado a Israel no Mar Vermelho, ao largo do Iémen. Os rebeldes ainda retêm o navio perto da cidade portuária de Hodeida. 

Por outro lado, um navio porta-contentores propriedade de um bilionário israelita, foi atacado por um suposto 'drone' iraniano no Oceano Índico.

Apesar da longa guerra no Iémen, há meses que se mantém uma tentativa de cessar-fogo entre os Huthis e uma coligação liderada pela Arábia Saudita, que luta em nome do governo exilado do Iémen. 

Este facto suscita preocupações de que um conflito mais alargado no mar - ou um potencial ataque de represália das forças ocidentais -- possa reacender as tensões na nação mais pobre do mundo árabe.

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