Segurança pessoal? "Não temos nenhuma necessidade dessas medidas"

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Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP e líder da coligação CDU, rejeitou, esta quarta-feira, a necessidade de segurança pessoal disponibilizada por António Costa aos líderes dos partidos com assento parlamentar que o pretendam, depois do ataque ao presidente do PSD, Luís Montenegro, por um ativista climático.

"Nós não temos nenhuma necessidade dessas medidas. Andamos muito à vontade na rua, como têm assistido, portanto, não há nenhuma dificuldade com isso", disse Paulo Raimundo, em declarações aos jornalistas durante uma arruada em Portimão. 

"Penso que as expressões de discordância política que às vezes se manifestam devem manter-se nesse sentido e tenho muito gosto até nesse debate, nesse confronto político, não tem passado disso", acrescentou ao ser interrogado sobre se não teme que lhe aconteça o mesmo. 

Contudo, condenou o sucedido, referindo que este tipo de ação "afasta" as pessoas das causas que se querem defender. 

"As pessoas que eventualmente tomam essas atitudes a pensar que estão a aproximar o conjunto da população, da sociedade, para a causa que defendem, acho que estão a ter um resultado contraproducente que é: não estão a aproximar, estão a afastar as pessoas das causas que defendem. E as causas que defendem são muito mais nobres do que esta ou aquela atitude", rematou.

Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, deu hoje instruções para que a PSP disponibilize segurança pessoal aos líderes dos partidos com assento parlamentar que o pretendam. 

A decisão de António Costa foi tomada após o ataque ao presidente do PSD ocorrido hoje durante uma visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), no âmbito de uma ação de campanha eleitoral da AD.

Montenegro foi atingido com tinta verde por um jovem, que seria depois afastado por um agente da PSP.

Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram entretanto a ação em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".

O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.

Montenegro anunciou, entretanto, que vai formalizar ainda hoje uma queixa contra o ativista que o atingiu com tinta verde, à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e agradeceu as manifestações de solidariedade.

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