"Sem medo nem favorecimentos". Supremo do Colorado desqualifica Trump da corrida presidencial nesse Estado

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“Uma maioria deste tribunal mantém que Trump está desqualificado do cargo de presidente, sob a secção 3 da 14ª emenda” da Constituição, escreveu a instituição, composta por juízes escolhidos por governadores democratas.

A decisão aplica-se apenas às primárias republicanas no Colorado, a 5 de março do próximo ano, mas poderá afetar também a participação de Trump nas eleições gerais de 5 de novembro nesse mesmo Estado.No entanto, sendo o Colorado tendencialmente democrata, prevê-se que seja Joe Biden a vencer nesse Estado independentemente do destino do seu rival republicano.

Tomada esta decisão no Colorado, estende-se agora a passadeira ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos para que delibere sobre a legibilidade da candidatura de Trump às eleições gerais do país. Seis dos nove juízes desta instituição são conservadores nomeados pelo ex-presidente, pelo que o resultado provável seria a favor deste.

O Supremo Tribunal do Colorado explicou que o caminho que levou à decisão foi complexo, já que teve de lidar com “território desconhecido”, referindo-se ao episódio de violência no Capitólio após os resultados eleitorais de 2020, que atribuíram a vitória a Joe Biden.

“Não chegámos a estas conclusões de ânimo leve”, escreveram os juízes. “Temos noção da magnitude e do peso das questões que agora se colocam diante de nós. Temos também consciência do nosso dever solene de aplicar a lei, sem medo nem favorecimentos, e sem sermos influenciados pela reação pública às decisões que a lei exige que tomemos”.
Trump vai recorrer
Os membros da campanha eleitoral de Donald Trump apelidaram a decisão de “não democrática”, acusando o Supremo do Colorado de “lançar uma decisão completamente falhada”.

“Vamos rapidamente recorrer junto do Supremo Tribunal dos Estados Unidos”, avançaram os representantes do ex-presidente. O Supremo do Colorado avançou que irá adiar os efeitos da sua decisão até pelo menos 4 de janeiro do próximo ano, de modo a permitir esse recurso.

A porta-voz de Trump para os assuntos legais, Alina Habba, disse por sua vez que a conclusão alcançada pelo Colorado “ataca o coração da democracia desta nação”. “Isso não será permitido, e confiamos que o Supremo Tribunal vai reverter esta ordem inconstitucional”, acrescentou.

O próprio ex-presidente, porém, não comentou a decisão durante o comício em que participou na noite de terça-feira, no Iowa.

A conclusão vinda do Colorado reverte uma decisão anterior de um juiz que considerou que Trump esteve, de facto, envolvido na insurreição ao incitar os seus apoiantes à violência, mas que, enquanto presidente, o republicano não era um “funcionário dos Estados Unidos” que pudesse ser desqualificado sob aquela emenda da Constituição.

c/ agências

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