Serra Leoa aprova lei que proíbe o casamento infantil

3 meses atrás 70

"Serra Leoa aprovou um projeto de lei histórico (...) após uma campanha para criminalizar esta prática generalizada", realçou hoje a Save the Children, em comunicado.

O Ministro da Informação, Chernor Bah, sublinhou nas redes sociais que o projeto de lei adotado é um "grande avanço".

O texto deverá ser promulgado nas próximas semanas pelo Presidente Julius Maada Bio antes de entrar em vigor, segundo adiantou fonte da presidência à agência France-Presse (AFP).

A lei criminalizará o casamento de meninas menores de 18 anos, com condenações para os infratores a pelo menos 15 anos de prisão e a uma multa de pelo menos 50 mil leones (2.083 euros).

Proíbe a coabitação com menores e prevê indemnizações às vítimas de casamento precoce e às mulheres jovens que engravidam no âmbito de tal união.

Na Serra Leoa, 800 mil noivas tinham menos de 18 anos em 2017, e entre elas 400 mil tinham menos de 15 anos, segundo dados da UNICEF. A população atual do país é de quase 9 milhões.

As vítimas de casamento precoce "sofrem danos permanentes à sua saúde física e mental. São privadas de oportunidades de aprender, crescer, brincar e desenvolver-se e são excluídas de futuras oportunidades educativas e económicas", sublinhou Patrick Analo, diretor da Save the Children na Serra Leoa, citado na nota de imprensa.

"Este projeto de lei não é para nenhum partido político, mas sim para a Serra Leoa", realçou, por sua vez, Mariama Munia Zombo, uma das deputadas que começou o processo, durante o debate parlamentar.

O número de casamentos precoces tem diminuído ligeiramente durante várias décadas na Serra Leoa.

De acordo com a Unicef, 30% das meninas casaram-se antes dos 18 anos em 2017, em comparação com 37% 25 anos antes.

Ler artigo completo