Sete das casas de apostas preferidas dos portugueses não têm licença

1 mes atrás 43

O portal Aposta Legal, de comparação de bónus e ‘odds’ dos sites com licença para operar no mercado português, analisou o mercado e concluiu que só 50% das casas legais têm mais procura mensal do que as ilegais.

Entre as 20 casas de apostas online mais utilizadas em Portugal, existem sete que operam ilegalmente, de acordo com a informação recolhida pelo portal Aposta Legal, que faz comparação de bónus, odds e ferramentas dos sites autorizados pelo regulador.

Após uma análise ao volume de pesquisas de quase 80 marcas com e sem licença, a Aposta Legal concluiu ainda que apenas 50% das casas legais têm mais procura mensal que as marcas de apostas sem licença mais conhecidas, ainda que o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) se esforce para bloquear o acesso e a divulgação dos sites ilegais no país.

“As casas de apostas sem licença nem sempre dizem, de forma transparente, se aceitam portugueses. E, aceitando, podem apoiar-se na lei portuguesa para não pagar a jogadores, uma vez que eles não se deviam ter registado em primeiro lugar”, começa por explicar o cofundador e CEO do Aposta Legal, em comunicado divulgado esta terça-feira aos meios de comunicação social.

André Geada alerta que “o jogador faz o registo e consegue jogar, tentando depois levantar os ganhos, mas a casa diz «não», pois o jogador não está a cumprir com a legislação portuguesa e, tecnicamente, não devia ter feito esse registo”. “Nestes casos, aumenta naturalmente a falta de proteção e risco de jogar numa casa ilegal”, diz o empreendedor.

O estudo revela também que, entre as 30 casas sem licença com mais tráfego, apenas 13% bloqueiam o acesso e a inscrição de jogadores portugueses, o que eleva a probabilidade de existirem novos utilizadores que apostam, mas que ficam sem qualquer tipo de proteção da legislação portuguesa.

A Aposta Legal considera que o problema se torna mais grave quando se constata que muitas das casas legais têm dificuldades em se destacar da concorrência, porque as ilegais fazem elevados investimentos estratégicos no mercado português, nomeadamente por via  de influenciadores digitais (influencers) ou outras figuras públicas.

“Estas marcas, mesmo sem licença, acabam por aceitar a inscrição de jogadores portugueses, adicionando um problema maior à equação: não existem mecanismos de proteção legal que protejam os fundos dos jogadores portugueses ou os seus direitos enquanto consumidor”, explica a empresa portuguesa fundada em 2015.

APAJO fez queixa de Numeiro e outros ‘influencers’

A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) tem feito a mesma advertência. No passado mês de julho, a entidade apresentou várias queixas-crime contra influencers que publicitam plataformas de jogo ilegal, como Ritinhayoutuber, Godmota, Bruno Savate e – mais uma vez – Numeiro, depois de Cláudia Nayara no início deste ano.

“Trata-se de pessoas que promovem através de links de afiliado, os operadores sem licença, e lucram com essa atividade. Em junho, sete operadores ilegais foram alvo de queixa-crime junto do Ministério Público, por falta de licenciamento”, informou a APAJO, num relatório divulgado no final da semana passada.

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