SheIn quer conquistar a cadeia de abastecimento tecnológica. EUA preocupados com espionagem

2 meses atrás 48

A ascensão do retalhista asiático SheIn tem chamado a atenção não apenas da gigante Amazon, mas também de especialistas em cibersegurança e segurança nacional dos EUA. A expansão global da SheIn e os seus planos de vender tecnologia e serviços da cadeia de abastecimento a empresas de todo o mundo levantaram preocupações significativas sobre possíveis espionagens e violações de segurança.

De acordo com a CNBC, a gigante chinesa está actualmente a testar o seu software de logística com clientes seleccionados da cadeia de abastecimento. Este software, essencial para a comunicação em tempo real entre aplicações, é fundamental para a integração de operações logísticas e aumento de eficiência.

Contudo, Lee Kair, do The Chertoff Group, especializado em transporte e inovação, alerta que as APIs (Application Programming Interface) usadas no sector logístico estão altamente interconectadas, muitas vezes sem a devida contemplação da cibersegurança, tornando-as vulneráveis a ataques.

A Exiger, empresa de análise de dados da cadeia de abastecimento, revela que a rede de fornecedores da SheIn é muito mais extensa do que aparenta, com milhares de entidades interligadas. Este vasto sistema poderia potencialmente expor dados sensíveis e comprometer outras redes conectadas, uma preocupação amplificada pelo histórico de cibersegurança da empresa. Em 2022, foi multada em 1,9 milhões de dólares devido a uma violação de dados em 2018 que afectou milhões de contas.

No entanto, a SheIn continua a expandir a sua presença global, mudando a sede da China para Singapura em 2022, numa tentativa de aliviar a fiscalização regulamentar. Ainda assim, as cadeias de abastecimento e armazéns permanecem na China.

Ram Ben Tzion, CEO da Publican, uma plataforma digital de controlo para o comércio mundial, alerta que o esforço da China em promover a SheIn como uma empresa de logística é uma resposta à crescente competição e regulamentação dos EUA. Utilizar a SheIn para serviços de logística pode significar abrir mão do controlo da cadeia de abastecimento e dos dados dos consumidores, o que representa um risco significativo para empresas de menor dimensão e influenciadores de redes sociais.



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