Sindicato espera “grande adesão” dos jornalistas à greve apesar “das manobras” para a boicotarem

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“Nós não fazemos greve há 40 anos e nesses últimos anos houve uma degradação enorme da profissão de jornalista, a nível salarial é outro mundo, os salários são hoje muito baixos. Estamos a falar de um salário médio na ordem dos mil euros”, revelou o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões, em conversa com o JE.

Depois de 40 anos desde que foi convocada a última greve, os jornalistas voltaram a marcar uma greve que se vai realizar na quinta-feira, dia 14 de março. O presidente do Sindicato dos Jornalista, Luís Simões, revelou, ao Jornal Económico (JE), que está convicto de que vai haver uma “grande adesão”, apesar de “manobras que estão a ser feitas para pôr as pessoas a trabalhar”.

“Nós não fazemos greve há 40 anos e nesses últimos anos houve uma degradação enorme da profissão de jornalista, a nível salarial é outro mundo, os salários são hoje muito baixos. Estamos a falar de um salário médio na ordem dos mil euros”, disse Luís Simões, acrescentando que esta situação “é inaceitável, não é digno”.

Além disso, o dirigente do Sindicato frisou que o jornalismo “é a profissão cuja precariedade além de regra, é maior do que em qualquer outra”.

“Isto bastaria para fazer uma greve. Mas não é só isso, temos redações com cada vez menos pessoas, a fazerem mais, ou seja, as pessoas que ganham cada vez menos têm três vezes mais trabalho e têm que dominar imagem, escrita, em muitos momentos som e edição e pagam-nos o mínimo”, destacou.

No que diz respeito à adesão, Luís Simões vincou que “a cada hora que passa e a cada chamada” que recebe “torna-se mais forte a convicção de que esta greve vai ter uma adesão muito grande, por muitas manobras que estejam a ser feitas, por muitas empresas que procuram que o sindicato não fale com os jornalistas, por muitas invenções que arranjem maneira de por pessoas a trabalhar”.

Retrocedendo no tempo, Luís Simões lembrou como foi decidida a greve. “A decisão da greve é tomada num congresso. Havia três moções a apelarem à greve; por uma questão de união nós decidimos juntar as moções só numa e o congresso votou só uma moção. O que é fantástico e deve ser dito é que a moção foi aprovada sem um voto contra”, lembrou.

Apesar do consenso, houve dúvidas sobre a data em que devia ocorrer a greve porque “alguns de nós achavam que a greve devia ser durante a campanha eleitoral ou mesmo no dia das eleições e a maioria achava que não, porque era um momento importante para a democracia, tal como nós somos importantes para a democracia”, afirmou.

Assim, “decidiu-se que a greve teria de decorrer num momento em que ainda se tivesse a discutir o Governo, logo a seguir às eleições e com o congresso bem presente na cabeça. E pronto, assim chegamos ao dia 14”.

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