“Situação sem precedentes”. Moody’s deixa avisos a França

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Agência financeira diz estar preparada para passar o outlook para negativo se os custos de financiamento aumentarem. E alerta para os riscos de reversão de reformas aprovadas desde 2017.

A Moody’s avisou França, esta terça-feira, que o seu rating está em risco se as métricas orçamentais e de dívida piorarem.

A agência financeira avisa que a perspectiva sobre o seu rating pode ser reduzida de estável para negativa se tiver lugar uma deterioração nos custos da dívida.

A falta de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional ameaça tornar a política do país um caos. A grande dúvida agora é quem será primeiro-ministro para formar Governo.

Esta é uma “situação sem precedentes” alertou a analista da Moody’s Sarah Carlson citada pela “Bloomberg”. “O enfraquecer do compromisso sobre a consolidação orçamental vai aumentar as pressões sobre o crédito”.

Com uma dívida de 110% sobre o PIB, o hexágono está mais exposto a elevado custos de financiamento, avisa a agência.

A decisão de ir para eleições antecipadas provocou um disparo no aumento dos custos: mais cinco pontos base nos 3,22% esta terça-feira, com o spread face aos alemães bunds a atingir os 64 pontos, acima dos 50 pontos registados antes de Emmanuel Macron decidir convocar eleições após a derrota nas Europeias.

Com a nova configuração na Assembleia Nacional, estão em risco uma série de reformas levadas a cabo desde 2017 pelo executivo apoiado por Macron.

A Moody’s alerta que reversões nestas medidas podem ter “implicações materialmente negativas no médio prazo para o potencial de crescimento e/ou trajetória orçamental”.

França detém um rating de Aa2 pela Moody’s, o terceiro nível mais elevado, com um outlook estável.

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