SNS, Justiça e 25 de Abril. Os tópicos do debate entre os partidos sem assento parlamentar

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Os problemas no SNS são reconhecidos, mas as soluções apresentadas são muitos distintas, como acontece para tantos outros temas. Os dez partidos que procuram sentar-se na Assembleia da República debateram em direto na RTP.

No debate entre os partidos sem assento parlamentar sentaram-se dez partidos, num modelo já bem conhecido dos portugueses, por ser habitual nas mais recentes campanhas para eleições legislativas. Com transmissão em direto na televisão pública, falou-se de tudo um pouco, como é habitual. Da Saúde aos tribunais, passando por política externa e recuando até ao 25 de abril, foi possível conhecer melhor as forças partidárias que pretendem estrear-se na Assembleia da República.

José Pinto Coelho, que presidiu ao antigo PNR e lidera hoje o Ergue-te reiterou que a situação da Saúde em Portugal confere uma situação de “emergência nacional”, em face do “descalabro do SNS”. O próprio aponta ainda baterias à saída do país de médicos recém-formados.

“Não podemos estar a investir na formação de médicos e depois não haver retorno” sublinhou, reiterando que o Estado deveria salvaguardar a garantia de estes profissionais trabalharem no SNS antes de saírem para o privado ou mesmo para o estrangeiro. Como alternativa, refere que os médicos poderão “devolver aquilo que foi investido neles”, sob a forma do valor investido por aluno no ensino público.

Bruno Fialho, líder do ADN abordou a problemática com uma solução distinta, apelando a que os profissionais de saúde sejam “remunerados consoante a sua produtividade”. Olhando para o sector da Justiça, apelou a que profissionais que tenham um grande número de decisões revertidas tenham o seu trabalho estritamente analisado por outros. Nesse sentido, garantiu que “magistrados e juízes têm que passar a ser bem escrutinados”.

Abordou ainda o tema das ajudas a países estrangeiros, como é o caso da Ucrânia e determinados países da CPLP, por exemplo, para alegar que as ajudas são demasiado volumosas em termos financeiros. Nesse sentido, permitem que as condições de vida se deteriorem para muitos portugueses, de acordo com o próprio. “Primeiro temos que suprimir as nossas necessidades e depois ajudar os outros”, atirou.

Quem também incidiu bastante na Justiça foi Márcia Henriques, do RIR, que apontou a uma necessidade de “reforçar” os tribunais, na medida em que estes “não têm mão de obra suficiente para tramitar os processos”. De acordo com a própria, esta é “a medida mais urgente a ser tomada”, ao nível da Justiça

Nuno Afonso, líder do Alternativa 21 e membro fundador do Chega, pretende levar “ideias mais conservadoras e liberais em termos económicos” à Assembleia da República. Isto porque, na última legislatura, acabaram por “não ser discutidas de forma séria” naquele organismo da democracia.

Inês Bravo Figueiredo, cabeça de lista do Volt por Lisboa sublinhou que aquele é um partido “europeu”, sendo que está espalhado por uma série de países do Velho Continente e reiterou a possibilidade de trazer “soluções” que já foram aplicadas noutros países para resolver problemas existentes. Nesse sentido destacou um “plano concreto para resolver os problemas de Portugal”, em particular com o propósito de “atingir salários europeus em 10 anos”.

Joaquim Rocha Afonso lidera o Nós, Cidadãos e recordou que, no dia 25 de abril de 1974 teve “esperança num mundo melhor, democrático e justo”, mas garantiu que não é isso que vê no país. Nesse sentido, referiu mesmo que, “se não tivéssemos entrado na UE” podíamos estar hoje pior do que antes dessa data.

Apela à subida dos salários no SNS e a um “compromisso de exclusividade” para os médicos trabalharem no sector público.

Ossanda Líber, da Nova Direita reforçou a ideia de querer ser um elo de ligação dos partidos de direita na medida em que, entre AD e Chega “estão a prevalecer essencialmente os egos, ao invés da razão”, pelo que é necessário “um terceiro partido”. De acordo com a própria, a Nova Direita pode cobrir o “fosso ideológico” que diz existir entre aqueles dois partidos.

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