"Encontrámos mais oito corpos. Eram três homens e cinco mulheres", declarou o presidente da sociedade civil da província de Mai-Ndombe, - onde ocorreu o ataque - Pricile Mpindi.
O ataque ocorreu na madrugada de domingo, quando os milicianos, que sobreviveram a uma intensa ofensiva do exército congolês, atacaram os habitantes da localidade de Mbusie quando estes fugiam.
Segundo Mpindi, todos os habitantes de Mbusie fugiram por medo de novos ataques e os rebeldes ocuparam algumas das casas abandonadas, além de terem feito pilhagens.
"Houve também vários feridos. A maior parte deles conseguiu atravessar o rio e fugiu para a localidade de Fambondo [no território de Bagata]", relatou Mpindi.
O incidente ocorreu numa zona atingida pela violência intercomunitária e conhecida como "Grande Bandundu", que inclui as províncias congolesas de Mai-Ndombe, Kwango e Kwilu.
Ali, a milícia Mobondo, que afirma representar a comunidade Yaka, está envolvida desde o início de 2022 num conflito com o povo Teke por causa de uma disputa relacionada com a posse de terras.
As tensões cresceram devido ao aumento de um imposto consuetudinário que os agricultores Teke e Yaka desta região devem pagar aos chefes tradicionais Teke, que são os proprietários das terras, para poderem utilizá-las.
Os confrontos intercomunitários desta nação, que faz fronteira com Angola, já mataram pelo menos 300 pessoas, enquanto centenas de casas, escolas e centros de saúde foram destruídos, saqueados e queimados, de acordo com os dados de março de 2023 da organização de direitos humanos Human Rights Watch.
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