Sonae: massa salarial e margem no retalho com impacto no balanço

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O grupo investiu cerca de mil milhões de euros em diversas frentes e é, afirma, o maior empregador privado do país. A margem líquida do retalho alimentar foi de 2,6%, face aos 2,7% de 2022.

O crescimento geral dos custos operacionais teve um forte impacto no balanço do grupo Sonae, o que se reflete num menor aumento do EBITDA, que foi de 11,8% no final de 2023, que compara com os 12% registados no ano de 2022. Cláudia Azevedo, CEO do grupo, disse, na apresentação dos resultados do grupo que se seguiu ao anúncio registado na CMVM, que esse foi um dos fatores “mais desafiantes” do ano em referência. O aumento da massa salarial em 13%, “muito acima da inflação”, foi um dos fatores que contribuiu.

A CEO da Sonae revelou também o facto de o grupo continuar a ser um forte investidor líquido, com 515 milhões de euros investidos em Portugal, a que se juntaram 150 milhões a nível internacional – mais 32% que em 2022.

No final de 2023, o grupo era o maior empregador privado do país, tendo 47 mil colaboradores diretos, e impactando com cerca de 212 mil empregos no total. O grupo assegurou cerca de 1,1 milhões de horas de formação.

João Gunther do Amaral, administrador, explicou por outro lado que o grupo quer atingir a neutralidade carbónica em 2040 – ação que, em 2023, permitiu uma diminuição de mais da emissão de gases com efeito estufa em mais de 6%. Neste quadro, o combate ao desperdício alimentar é também uma estratégia: em 2023, 66 milhões de euros de desperdício foram evitados.

Em 2026, disse ainda, o grupo atingirá a paridade de género (“que será atingida na fasquia dos 45%), sendo que, em 2023, os quadros femininos de topo eram 40%, uns pontos acima dos 32% registados em 2022.

Importante também é o facto, disse, de a Sonae ter investido cerca de 370 milhões de euros em investigação e desenvolvimento nos últimos três anos.

João Dolores disse, por seu turno, que a MC investiu 310 milhões de euros, mais 43%, o que lhe permitiu “manter a liderança no retalho alimentar”. Em termos de margem líquida do retalho, o ano de 2023 fechou nos 2,6%, um pouco menos que os 2,7% do ano anterior – que já tinha sido de queda em relação aos 3% de 2021.

Na Worten, os investimentos foram de 260 milhões, mais 12,5% que em 2022. Na Zeitreel (moda), o volume de negócios caiu 4% para os 371 milhões de euros, “num contexto muito desafiante” que resulta da diminuição clara do consumo em áreas como o vestuário e o calçado.

Na Sierra, os resultados líquidos chegaram aos 89 milhões de uros, mais 58 milhões que no ano anterior, para um valor líquido dos ativos superior aos 1,1 mil milhões de euros. Na NOS, o investimento foi de 388 milhões de euros, “sendo o operador que mais cresceu em 2023”. Os resultados líquidos foram de 181 milhões de euros, mais 31%, para um volume de negócios de 1,6 mil milhões de euros. Já a BrightPixel, o valor do portefólio era de 340 milhões de euros no final de 2023, quase o dobro dos investimentos da empresa. Na Sparkfood, foram investidos 122 milhões de euros num portefólio de seis empresas – a que se juntarão 150 milhões de euros na aquisição de uma empresa em França.

Com mais de um milhão de clientes, o grupo que liderar, a través do Universo – e em parceria com o Bankinter – o crédito ao consumo no país.

“As pessoas mostraram uma vontade muito grande na mudança. Que haja estabilidade, mas que os partidos percebam que os partidos não tratam da sua vida. Causas fundamentais como a Justiça, a Educação, a Saúde, estejam neste estado”, disse ainda Claúdia Azevedo sobre a atual situação política, área “em que não quero meter-me”. “Por favor, entendam-se”, e não deixem o país entrar em ciclo de eleições em cima de eleições.

Entretanto, os 1,3 mil milhões de pagamento de impostos sobre lucros excessivos, que “não reconhecemos”, vai ser contestado.

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