STEC rejeita proposta de aumento salarial de 3% da CGD

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O sindicato comenta o facto de a CGD dizer que “o aumento salarial de 3% está limitado a 5% da massa salarial global por orientação do acionista (Governo)”.   A Caixa “mostra ser bastante seletiva no cumprimento das orientações do acionista, já que este recomendou em 2023 um aumento intercalar de 1% que foi simplesmente ignorado”, refere o banco.

O sindicato dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos, o STEC, rejeita liminarmente a contraproposta salarial da CGD de aumentos de 3% que chama de “imoral e absurda”.

“O STEC, a Organização Sindical mais representativa dos trabalhadores do Grupo CGD, vem por vosso intermédio exercer o direito de defesa dos trabalhadores da CGD, repondo a verdade dos factos face aos argumentos falaciosos apresentados pela Administração da CGD para sustentar a sua imoral e absurda contraproposta salarial de 3%”, diz o sindicato.

Em 2 de janeiro de 2024, a Direção do STEC, enviou à CGD uma proposta de revisão salarial para 2024, de 7% de aumento, e um valor mínimo de 125 euros, com a respetiva fundamentação económica e em 16 de janeiro de 2024, a CGD respondeu com uma contraproposta de 3%, também acompanhada dos pressupostos económicos que, na sua ótica, a sustentam. “Sucede que nessa contraproposta a Administração da CGD elenca um conjunto de argumentos falaciosos com os quais se pretende iludir os trabalhadores, os jornalistas e o público em geral”, acusa o STEC.

O sindicato comenta o facto de a CGD dizer que “o aumento salarial de 3% está limitado a 5% da massa salarial global por orientação do acionista (Governo)”. A Caixa “mostra ser bastante seletiva no cumprimento das orientações do acionista, já que este recomendou em 2023 um aumento intercalar de 1% que foi simplesmente ignorado”, refere o banco.

“A tabela salarial da CGD é superior em 20% à restante banca – esta afirmação simplista repetida até à exaustão pela Administração mais bem paga da história da CGD, omite que milhares de bancários da restante banca, nunca descontaram ou descontam um valor percentual inferior para o Sistema de Proteção Social, ao contrário dos trabalhadores da CGD que sempre descontaram para a CGA”, aponta o STEC.

“A massa salarial dos trabalhadores da CGD (2018/2023) registou um crescimento superior à inflação (19,7% face a 15,4%), o que é um grosseiro embuste, já que massa salarial é um conceito lato e que engloba diversas rubricas, ao invés de referir o aumento específico da tabela salarial (2018/2023), objetivamente fácil de quantificar e bem inferior à inflação, 8,2%”, acusa a estrutura sindical.

“Milhares de trabalhadores não foram incluídos em promoções, nem receberam qualquer prémio, incentivo ou apoio”, acrescenta frisando que tal se comprova, pelo processo judicial que o STEC instaurou em 2023 contra a CGD, “pela discriminação salarial verificada”.

A fundamentação económica apresentada pelo STEC, mostra que no período de 2019-2023, os trabalhadores da CGD sofreram uma redução de poder de compra dos seus salários líquidos na ordem dos 5.9%, revela o STEC.

O sindicato contesta que a remuneração média dos trabalhadores da CGD seja de 2.618 euros, o que diz tratar-se de uma “despudorada e enganadora afirmação, dado que a esmagadora maioria dos trabalhadores não aufere, nem de perto, nem de longe, tal remuneração, a não ser que a Administração da CGD esteja a considerar as suas próprias remunerações (mais de três milhões de Eeros anuais e que em 2022 cresceram na ordem dos 37%) para atingir esses valores”.

“Neste contexto, não podemos deixar de recordar os milhares de reformados e os seus conjugues vivos, que apenas podem ver as suas pensões atualizadas através do aumento da tabela salarial dos trabalhadores do ativo. Pelo que, a tão apregoada massa salarial global… não tem qualquer impacto nos seus rendimentos” aponta o sindicato que considera estranho, que a CGD “omita um dado – o aumento significativo da produtividade dos trabalhadores”.

A primeira reunião negocial, está já marcada para o próximo dia 24 deste mês. Altura em que o STEC, procurará, pela via do diálogo, chegar a “um acordo justo que defenda os trabalhadores e reformados da CGD”.

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