Prémios da Lusofonia 2024 homenageiam Xanana Gusmão e 14 outras personalidades

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Histórico líder timorense recebeu o ‘Prémio Carreira’ na edição anual dos Prémios da Lusofonia, organizados em parceria com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e com a Câmara Municipal de Cascais.

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, foi homenageado na VIII edição da Gala Prémios da Lusofonia, numa cerimónia que distinguiu 15 personalidades dos nove países que têm a língua portuguesa como língua oficial, este sábado, no Estoril.

“Este meu prémio pertence ao povo timorense. Aos timorenses que lutaram pela integridade da nação e que se sacrificaram pela libertação do seu território. Coube-me o papel de liderar esta luta. Mas, em boa verdade, eu é que fui liderado pelo povo. Foram as mulheres, homens, jovens e crianças do meu amado país que me inspiraram, que me deram força e esperança, e que nunca me permitiram desistir nos momentos mais difíceis do meu percurso pelo qual sou hoje homenageado”, afirmou o histórico líder timorense, recordando os anos de luta pela autodeterminação de Timor-Leste.

Kay Rala Xanana Gusmão recebeu o ‘Prémio Carreira’ durante o evento anual dos Prémios da Lusofonia, que têm a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Câmara Municipal de Cascais como entidades parceiras.

António Quintas, antigo embaixador de São Tomé e Príncipe em Portugal, e Manuel Nsua, primeiro-ministro da Guiné Equatorial e antigo diretor do Banco Nacional da Guiné Equatorial, receberam o ‘Prémio Mérito Lusófono’, enquanto Luísa Diogo, antiga primeira-ministra de Moçambique, e Filomena Gonçalves, ministra da Saúde de Cabo Verde, foram distinguidas com o ‘Prémio Especial Lusofonia’.

O ‘Prémio Língua Portuguesa’, que na edição do ano passado foi entregue ao Instituto Camões, distinguiu o escritor e jornalista brasileiro Edmilson Caminha.

Quanto aos galardoados portugueses, a fadista Ana Moura recebeu o ‘Prémio Música do Mundo’, o encenador e dramaturgo Filipe La Féria o ‘Prémio Teatro e Cinema’, o ativista Miguel Duarte o ‘Prémio Cidadania’, a apresentadora Liliana Campos o ‘Prémio Comunicação Social’ e a estilista e empresária Ana Sousa recebeu o ‘Prémio Moda e Estilismo’.

Na esfera das empresas, a ISQ recebeu o ‘Prémio Ação Empresarial, que em edições anteriores foi atribuído à Delta Cafés e a Rui Nabeiro.

O ‘Prémio Ambiente’ foi entregue a Josefa Sacko, comissária para a Agricultura e Economia Rural da União Africana (UA), o ‘Prémio Diplomacia’ a Maria de Fátima Jardim, atual Embaixadora de Angola na Albânia, o ‘Prémio Literatura’ a Abdulai Sila, engenheiro, economista e investigador social da Guiné-Bissau.

Em representação do presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, a vereadora Carla Semedo saudou a “celebração da herança cultural riquíssima que ultrapassa fronteiras” representada no evento dos Prémios da Lusofonia, aludindo à comunidade global de 270 milhões de falantes de língua portuguesa.

“É uma homenagem a essa diversidade, que nos enriquece mutuamente, e é um lembrete de que a nossa língua comum é uma força de coesão, capaz de promover o diálogo intercultural e a compreensão entre os povos. A comunidade da lusofonia é mais do que uma comunidade linguística. É uma comunidade de afetos, de partilhas e de sonhos comuns. (…) A lusofonia é um vasto oceano de diversidade. De Lisboa a Luanda, de São Paulo a Maputo, de Díli a Praia”, afirmou a vereadora.

Do lado da CPLP, o secretário executivo Zacarias da Costa falou da Gala Prémios da Lusofonia como “o palco onde se manifesta o poder transformador da cultura e da língua”. “Este é um momento que não apenas celebra as conquistas de figuras excecionais do nosso universo lusófono, mas também reafirma o compromisso da CPLP em promover e fortalecer os laços que unem os povos de língua portuguesa espalhados pelo mundo”, disse o diplomata timorense.

Sobre os laços da CPLP com os Prémios da Lusofonia, Zacarias da Costa aponta para um “reflexo da nossa convicção de que a promoção das culturas lusófonas e da língua portuguesa é uma missão coletiva e uma responsabilidade partilhada”, defendendo a importância do “intercâmbio cultural e fortalecimento das indústrias criativas pioneiras e estratégias no plano de ação da CPLP”. Sobre a “essência da lusofonia”, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação explica-a como “a capacidade de criar pontes, de unir povos e de transformar a diversidade numa força motriz para o desenvolvimento”.

Lançados em 2017, os Prémios da Lusofonia reconhecem a vida e obra de cidadãos e cidadãs da lusofonia em várias áreas – em que “a paridade de género constitui ponto de honra” -, contando com Isabel Leitão como fundadora e mentora.

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