Suécia diz não ao VAR: «Não gostam da ideia de esperar para celebrar um golo»

4 meses atrás 100

Em agosto de 2016, um jogo entre o Orlando City B e os reservas do New York Red Bulls, nos Estados Unidos da América, acabaria por ser o primeiro passo para uma verdadeira revolução no futebol. Este jogo marcou a primeira utilização do Árbitro Assistente de Vídeo, também conhecido como VAR.

Rapidamente este sistema começou a ganhar o seu protagonismo, sendo introduzido nos principais campeonatos nacionais, bem como em competições internacionais. O Mundial de 2018, no Catar, foi o palco escolhido para ampliar o conhecimento dos adeptos do desporto-rei sobre esta nova implementação.

A 'Regra dos 50+1': são os membros quem mandam

Contudo, apesar da sua preciosa ajuda aos dirigentes da partida, a preponderância do respetivo método não tem gerado consenso entre os apaixonados pela modalidade. Que o digam os responsáveis suecos. Numa decisão fora da caixa, os clubes do país nórdico juntaram-se e votaram contra esta ação de modernização.

@Getty Images

Num sufrágio bastante democrático, prevaleceu a vontade de 18 dos 32 emblemas profissionais e, ainda, de duas associações regionais. Martin Pringle, antigo futebolista com passagem no Benfica [1996-1998], explicou como funcionam os processos de votação no seu país natal, fruto de uma medida que coloca em primeiro plano os interesses globais.

«Na Suécia, temos a 'Regra dos 50 + 1' onde os respetivos membros são donos dos clubes. Se eles votam contra o VAR, não interessa o que os emblemas querem», referiu, numa primeira instância, o ex-avançado. Este sistema segue então o ideal germânico, com a massa associativa a ter um impacto crucial na gestão dos respetivos organismos.

«Eles querem que o futebol esteja um pouco mais vivo»

Questionado sobre as razões por detrás desta decisão, o ex-Navy Seal do exército sueco, apesar das suas acrescidas dúvidas, lançou um palpite: «Para ser sincero, não sei quais são as razões concretas para não quererem avançar com este modelo. No entanto, presumo que eles queiram que o futebol esteja um pouco mais vivo, seguindo alguns ideais antigos. Por exemplo, não gostam da ideia de ter de esperar vários minutos para celebrar um golo.»

@Catarina Morais / Kapta +

O VAR é, atualmente, obrigatório na maioria das provas entre seleções. Como tal, os atletas que atuam pelos tre kronor têm constantemente pela frente um paradigma distinto. Para o antigo internacional sueco, este fenómeno não é um problema, face ao elevado conhecimento dos intervenientes sobre esta matéria.

«Muitos jogadores da seleção jogam ou já jogaram na Europa. Como tal, não acho que será uma transição complicada. Para além disso, mesmo os futebolistas que ainda não experienciaram esta realidade sabem como o VAR funciona. Este sistema já não é uma novidade. Funciona há largos anos», realçou de forma convicta.

'Decisão benéfica para o futebol sueco?' Pringle tem bastantes dúvidas: «Honestamente, não sei. A verdade é que todos os jogadores querem jogar noutros campeonatos europeus de maior renome e na Liga dos Campeões, competições onde este modelo está implementado. Se querem atuar nestes torneios, os atletas vão ter que se habituar naturalmente a este contexto.»

Martin Pringle tem 53 anos e treina atualmente o Eskilsminne, na 3ª divisão da Suécia, depois de vários anos ligado ao futebol feminino. 

Suécia

Martin Pringle

NomeMartin Ulf Pringle

Nascimento/Idade1970-11-18(53 anos)

Nacionalidade

Suécia

Suécia

PosiçãoAvançado (Ponta de Lança)

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