Suiça e Itália redesenham nova linha fronteiriça devido ao degelo junto a Matterhorn

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No fim de setembro, a Suíça aprovou oficialmente a alteração da linha fronteiriça. A Itália ainda precisa fazer o mesmo, mas como é uma "pequena retificação de fronteira", somente a Suíça precisa aprovar a "convenção".

As mudanças especificas da fronteira serão implementadas e o acordo publicado logo que que ambos os países o assinarem.

“As seções específicas da fronteira são definidas pela bacia hidrográfica ou pelas linhas de cume do glaciar, firn (gelo compacto) ou neve perpétua”, explicou o governo suíço numa declaração na semana passada.

Agora “essas formações naturais estão a mudar à medida que esses glaciares estão a derreter”.
Zona afetada
Os dois países concordaram em adaptar a fronteira em torno dos marcos de Testa Grigia, Plateau Rosa, Rifugio Carrel e Gobba di Rollin.

A área afetada abrange o território perto da montanha Mattherhorn, onde estão implantadas várias estâncias de esqui, como Zermatt que é o quinto maior resort da Europa, onde se pratica desportos na neve.

Nesta estância turística, caminhantes e esquiadores podem cruzar livremente entre a Suíça e o vale Valtournenche, na Itália.

As fotografias de dois turistas a documentar a diferença do glaciar em 15 anos, tornaram-se virais nas redes sociais.

Fifteen years minus one day between these photos. Taken at the Rhone glacier in Switzerland today.

Not gonna lie, it made me cry. pic.twitter.com/Inz6uO1kum

— Duncan Porter (@misterduncan) August 4, 2024

Entre 2021 e 2023, a Suíça perdeu dez por cento da área de glaciar, sendo as zonas do leste e sul do país, junto a Matterhorn, as mais afetadas. Em 2022 derreteu seis por cento do volume e em 2023 registou-se uma perda de mais 4%.

A Europa é o continente que mais aquece no planeta e as altas temperaturas estão a provocar o degelo a uma velocidade alarmante.

“Aa áreas geladas suíças estão a derreter cada vez mais rápido”, alertou a Academia Suíça de Ciências quando a taxa do degelo foi anunciada.

“A aceleração é dramática: perdemos tanto gelo em dois anos quanto entre 1960 e 1990”, realçou.

Os especialistas insistem que, sem uma redução nos gases de efeito estufa ligados ao alerta global, outros glaciares  como o Aletsch - que não está na fronteira - podem desaparecer dentro de uma geração.

Entretanto o degelo perto da famosa montanha tem colocado à vista alguns achados, como os restos humanos de um alpinista alemão desaparecido desde 1986 e um avião que caiu em 1968 no glaciar de Aletsch.

À medida que os glaciares encolhem, as rotas de montanha mudam passa a haver mais perigos à espreita como, por exemplo, o gelo poder desabar repentinamente.

Em julho de 2022, um dia de temperaturas elevadas, registadas no cume da Marmolada nas Dolomitas italianas, um bloco de gelo desprendeu-se da camada gelada da montanha e matou 11 alpinistas.

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