“Um dado surpreendente”. É assim que a imprensa espanhola qualifica a diferença de preços que Espanha paga pelas batatas portuguesas em comparação com o mesmo produto proveniente do Egito.
Portugal é o quarto principal parceiro de Espanha em termos de importações (em volume) de frutos e produtos hortícolas, de acordo com o “El Economista”, que cita dados do portal estatístico DataComex, do Ministério da Indústria e Comércio.
No ano passado, Espanha importou, do país vizinho, 81,62 toneladas de tomate (75,16 milhões de euros), 53,01 toneladas de batata (20,5 milhões de euros), 26,52 toneladas de citrinos (24,02 milhões de euros), 8,17 toneladas de bananas (6,82 milhões de euros), 7,72 toneladas de cebola (5,92 milhões de euros), 2,92 toneladas de cenoura, nabo e beterraba (1,89 milhões de euros).
O El Economista destaca “um dado surpreendente que reflete esse contrassenso levantado pelos agricultores: as 53 toneladas de batata portuguesa valem menos do que as 50 toneladas importadas do Egito, 20 e 24 milhões de euros, respetivamente.
No total, o produto mais importado em Espanha é a batata (957 toneladas), com as importações portuguesas a representaram 53 desse total. França é o principal mercado neste produto (668 toneladas), seguida dos Países Baixos (80), Portugal (53), Egito (50) e Israel (36) e Reino Unido (31).
Por país, a maior quantidade de frutas e produtos hortícolas (em toneladas) veio de França (823), seguida de Marrocos (393), Costa Rica (329), Portugal (315). Países Baixos (228) e Peru (228).
Contudo, ressalva a mesma publicação, os números não estão diretamente correlacionados com o valor económico das importações, dada a classificação em euros. As importações de Marrocos valem quase 800 milhões de euros (793 toneladas), as do Peru valem 440 milhões de euros e as de França valem quase 400 milhões de euros (397). Seguem-se Portugal, com 331 milhões de euros, a Costa Rica, com 235 milhões de euros, e os Países Baixos, com 229 milhões de euros.
Em 2023, Espanha importou mais de dois mil milhões de quilos de fruta (no valor de 2 807 837 265 euros) e mais de e 1.600 milhões de quilos de legumes (1 252 375 009 euros).