“Surpresa positiva”: DBRS destaca crescimento de Portugal entre as economias europeias

10 meses atrás 83

No próximo ano, a agência de notação espera que os bancos centrais da América do Norte e da Europa mantenham taxas de juro mais elevadas durante grande parte de 2024. Contudo, aponta para um cenário de descida no segundo semestre.

Portugal é destacado pela DBRS como uma das economias europeias que mantiveram as taxas de crescimento próximas ou iguais às suas taxas de crescimento económico potencial estimadas, a par de Espanha e da Bélgica.

“Relativamente à nossa projeção de referência de setembro, as revisões das previsões para 2023 foram mistas, refletindo tanto surpresas positivas como negativas nos últimos meses do ano. Algumas economias europeias (Espanha, Portugal e, em e, em menor grau, a Bélgica, por exemplo) continuaram a registar taxas de crescimento próximas ou iguais às suas taxas de crescimento potencial estimadas, enquanto a maioria das principais economias europeias registou um crescimento mais fraco (Itália, França, Reino Unido) ou recessões ligeiras (Alemanha)”, refere a agência de rating em nota, sublinhando que, entre as principais economias, os EUA e o Japão registaram um desempenho superior ao longo do último ano.

Para o próximo ano, “as perspectivas continuam a ser sombrias”, nota a DBRS num boletim emitido hoje sobre os cenários Macroeconómicos de Base, recordando a deterioração “das previsões nos últimos meses”.

Em termos de crescimento, os Estados Unidos demarcam-se das restantes economias, dadas as “previsões revistas em alta para um consenso de 1,2%”.

Para o próximo ano, a DBRS espera que os bancos centrais da América do Norte e da Europa mantenham taxas de juro mais elevadas durante grande parte de 2024. Contudo, aponta para um cenário de descida no segundo semestre.

Sobre as instituições bancárias, “embora a maioria dos grandes bancos tenha demonstrado resiliência, podemos ainda assistir a uma deterioração da qualidade do crédito nas carteiras de empréstimos, que poderá afetar particularmente os bancos mais pequenos e menos diversificados com exposições significativas a imobiliário comercial ou outros sectores de alto risco. No entanto, os fortes balanços das famílias parecem ajudar a limitar a duração e a profundidade do abrandamento esperado”, analisa a DBRS.

Analisando o mercado laboral, a agência considera “provável que os mercados de trabalho apertados contribuam para a continuação das pressões salariais, tornando mais difícil para as empresas baixar os preços ou preços ou mesmo para manter os preços nos níveis atuais”.

No mundo empresarial, destaca a DRBS, apesar do “aumento do número de grandes empresas que anunciaram despedimentos ou outras reduções de pessoal, o crescimento do emprego o crescimento do emprego continuou inabalável em vários sectores-chave da economia (por exemplo, cuidados de saúde, viagens) na maioria das principais economias”.

Nos EUA, entre outros mercados, “o baixo desemprego também reflete algum grau de não participação na força de trabalho após a pandemia. Os mercados de trabalho continuam apertados, mesmo mesmo que as perspectivas de contratação continuem a piorar. Especialmente no Canadá, o ritmo acelerado da migração apoiou um crescimento mais rápido e aumentou o número de trabalhadores disponíveis, mas também contribuiu para aumentar as pressões no sentido da subida dos preços da habitação e dos serviços conexos”.

A DRBS prevê que, de um modo geral, o desemprego permaneça baixo até 2025 na maioria das economias.

Por fim, a DBRS alerta para o risco de implicações adicionais do atual conflito na Ucrânia e a guerra entre Israel e o Hamas nos preços dos produtos alimentares ou da energia.

“Embora os esforços ocidentais para reduzir a dependência do abastecimento energético russo tenham progredido consideravelmente, a Rússia continua a ser um importante produtor de petróleo e gás que pode ter um impacto nos mercados mundiais. Poderão ressurgir perturbações na produção e exportação de cereais. Outros riscos geopolíticos, nomeadamente a deterioração das relações dos EUA e da UE com a China, continuam também a ser uma fonte potencial de choques”, explica a agência de notação.

“Acrescentámos aos nossos cenários as previsões para 2025, que, nesta altura, refletem as expectativas de uma retoma da atividade, que parece assentar no pressuposto de que os principais bancos centrais começarão a abrandar a atividade em meados ou no final de 2024”, destaca ainda a mesma nota.

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