“Tem havido aproveitamento político”, acusa Aguiar-Branco sobre desacatos na Grande Lisboa

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Apesar de não apontar nomes nem situações concretas, o presidente da Assembleia da República faz um apelo à moderação e pede que os responsáveis políticos evitem discursos inflamados ou extremistas.

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, considerou que tem existido aproveitamento político relativamente aos desacatos na Grande Lisboa causados pela morte de Odair Moniz, na passada segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura.

“É evidente que tem havido aproveitamento e houve intervenções que chegaram a esse patamar. O meu apelo é que isso não aconteça. A instrumentalização política destas situações não ajuda que a Justiça faça o seu papel”, destacou Aguiar-Branco em entrevista à Antena 1.

Apesar de não apontar nomes nem situações concretas, Aguiar-Branco faz um apelo à moderação e pede que os responsáveis políticos evitem discursos inflamados ou extremistas.

Para o número dois na hierarquia do Estado, “existe uma dimensão emocional que não é conforme à dimensão racional e não se faz Justiça de outra forma. Não é por incendiar isto ou aquilo ou através de insultos. Há que respeitar o tempo da Justiça para analisar os factos em concreto e aplicar a lei devidamente”.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, foi baleado na madrugada de segunda-feira, no Bairro Cova da Moura, também na Amadora, no distrito de Lisboa.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Desde esse dia, a PSP registou na Área Metropolitana de Lisboa mais de 100 ocorrências de distúrbios na via pública e deteve mais de 20 pessoas, contabilizando-se ainda sete feridos, um dos quais com gravidade.

No sábado, realizou-se uma manifestação convocada pelo movimento Vida Justa, que juntou milhares de pessoas em Lisboa, ao mesmo tempo decorreu uma contramanifestação convocada pelo Chega de André Ventura. As manifestações decorreram de forma “pacífica, em serenidade e com civismo”, segundo a PSP.

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