Marta Temido encerrou hoje o Encontro Europa, um comício na Guarda no qual contou com o seu antecessor no lugar cimeiro da lista do PS às europeias, Pedro Marques, e deixou avisos sobre os riscos de retrocesso na resposta às crises.
"Foi o PPE - a família na qual a AD se inscreve, mesmo que a AD diga que não teve nada a ver com isso - que instou o BCE a aumentar as taxas de juro, as taxas de juro que tanto castigam as famílias, que tanto castigaram as famílias portuguesas no início desta crise", criticou.
Considerando que a lição de que "as crises não são todas iguais e portanto não podem ter todas as mesmas respostas" devia ter sido aprendida, a cabeça de lista do PS lamentou que isso não tenha acontecido quando a AD se absteve numa votação que instava o BCE a baixar as taxas de juro.
"A AD refugiou-se num argumento técnico-juridico. Invocou apenas a independência do BCE quando um ano antes tinha instado o BCE a aumentar as taxas de juros e nisto se vê aquilo que é a duplicidade, aquilo que são dois pesos e duas medidas, ora dizemos uma coisa, ora dizemos outra", acusou.
Para Temido, os portugueses estão "um bocadinho fartos de enganos".
"A AD não esteve desse lado, a AD é esse lado porque foi Miranda Sarmento, atual ministro das Finanças que disse que era preciso subir as taxas de juro. Essa é a única resposta que estas pessoas conhecem para responder aos problemas das crises com que nos vamos confrontando", criticou.
Leia Também: Caso gémeas? "Tenho a certeza que não tenho nada a ver com esse processo"